A Mil por Hora
Automobilismo Nacional

Um fim de semana ‘em casa’

RIO DE JANEIRO – Os leitores e leitoras do blog souberam na sexta-feira passada que eu iria para São Paulo. Não foi uma decisão de afogadilho: já estava planejando isso desde meados de março e, mesmo na situação em que (ainda) me encontro, tecnicamente desempregado, resolvi pôr o pé na estrada. Com o luxuosíssimo auxílio […]

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RIO DE JANEIRO – Os leitores e leitoras do blog souberam na sexta-feira passada que eu iria para São Paulo. Não foi uma decisão de afogadilho: já estava planejando isso desde meados de março e, mesmo na situação em que (ainda) me encontro, tecnicamente desempregado, resolvi pôr o pé na estrada. Com o luxuosíssimo auxílio da querida Gleice Rockert, lá fui eu encarar a Dutra rumo a Sampa, ver um pouquinho de corridas e matar saudade do pessoal do automobilismo.

Minha ideia era dar uma passada em Interlagos na sexta-feira mesmo. Só que a chuvarada no trajeto fluminense da estrada (em Itatiaia caía uma água incrível) fez a gente ter que moderar o ritmo e só depois de Aparecida do Norte, com as bençãos da Padroeira, é que a viagem engrenou. Chegamos direitinho à Marginal do Tietê, mas perdemos a entrada para a 23 de Maio, via Ponte das Bandeiras. Não houve problema: chegamos onde queríamos via Anhembi, passando pelos muros da reta da Marginal da Fórmula Indy (sim, eles AINDA estão lá) e por parte do circuito urbano que recebe a categoria em 5 de maio. Bem-vindo a São Paulo.

Como sói, chegamos em plena hora do rush e fomos premiados com um engarrafamento monstro pela 23 de Maio inteira, pela Rubem Berta inteira e também pela Washington Luis.

Bem-vindo a São Paulo.

Avenida Interlagos? Igualmente intransitável!

Bem-vindo a São Paulo!

O jeito era amenizar o engarrafamento ouvindo o bom e velho rock and roll da Kiss FM e para nossa sorte, chegamos ao hotel, a menos de 10 minutos do circuito, antes da “Voz do Brasil”.

Perdida a chance de ir ao templo, fomos ao autódromo mesmo só no sábado. Fomos surpreendidos por uma manhã radiosa de sol, porque logicamente esperávamos chuva. E aí me senti em casa. Gleice adorou, amou. E eu, mais ainda. Estava no meu habitat. Eu precisava disso. Desde setembro sem pisar num autódromo, eu merecia. E, mais do que respirar aquele cheiro característico de álcool e gasolina, além da borracha queimada dos pneus, merecia a companhia de gente que gosta de mim.

E vi muitos, vi vários: Flavio Gomes e seu Meianov, Dú Cardim, Paulo Tohmé, Regi NatRock, Zullino, Ricardo Bifulco, Edu Harmel, Mestre Joca, Commendatore Ceregatti, Paulo Aidar, Rogério Raucci, Amir Nasr, Dárcio Dos Santos, Maurício Ferreira, Ricardo Di Loreto, Alex Dias Ribeiro e os colegas da imprensa – Vinícius Nunes, Miltão Alves, Cadu Tupy, Dinho Leme, Tiago Mendonça, Bruno Terena, Glauce Schultz, André Spigariol, Felipe Giacomelli, Lito Cavalcanti e Rodrigo Ruiz. Lista grande, não?

Pois é… isso não foi achado na esquina. Foi conquistado. Respeito se conquista e se mantém. Não citaria todos esses nomes à toa. Todos me receberam muito bem e isso me deixou feliz.

E como felicidade pouca é bobagem, vi um monte de carros na pista, várias corridas, muita coisa bacana. Os carrinhos da Fórmula Vee, o grid imenso da Copa Marshal – o Paulista de Marcas, a Classic com seu colorido único e um desfile de carros que fizeram o meu imaginário na infância e adolescência, sem contar a corrida dos Clássicos de Competição. Vi também um incrível Corvette ZR1, órfão, assim como eu, assim como muitos, do Autódromo de Jacarepaguá. E, claro, o Brasileiro de Marcas e a Fórmula 3.

Saí de Interlagos no domingo quase às 17h e pé na estrada de volta ao Rio. Feliz, cansado, realizado, satisfeito e tudo o mais que vocês puderem imaginar. Me desculpem os paulistanos, mas tive que ‘invadir’ o quintal de vocês porque roubaram na cara dura o nosso, em Jacarepaguá. Que bom que fui bem recebido. Que bom que posso voltar com a certeza de que me sinto em casa.

Autódromos são minha segunda casa. Não tem jeito.