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Automobilismo Nacional

E alguém tinha dúvidas a respeito?

RIO DE JANEIRO – Voltou à mídia o papo sobre a construção de um novo autódromo no Rio de Janeiro, promessa até agora não cumprida e que, no que depender de quem gosta do negócio – como eu – será devidamente cobrada e não jogada por debaixo do tapete. E voltou de forma explosiva, de […]

RIO DE JANEIRO – Voltou à mídia o papo sobre a construção de um novo autódromo no Rio de Janeiro, promessa até agora não cumprida e que, no que depender de quem gosta do negócio – como eu – será devidamente cobrada e não jogada por debaixo do tapete.

E voltou de forma explosiva, de forma literal: até que enfim, se deram conta que o terreno cedido pela União para a construção do traçado, em Deodoro, não tem a menor condição de receber uma obra de tamanho porte.

E por que? Simples: o tal terreno é um campo minado, cheio de bombas e minas terrestres e teria que passar por uma “descontaminação” para qualquer obra ser iniciada. Não há nenhuma garantia de que mesmo com a tal “descontaminação”, que pode durar DEZOITO ANOS, haja segurança o bastante para que máquinas e operários iniciem qualquer tipo de obra. E aí, finalmente, o governo do estado do Rio se tocou que, diante da impossibilidade quase certa do autódromo se mudar para Deodoro, terá que ser escolhido outro terreno.

“Se não houver solução, vamos ter de procurar outro terreno. A construção do novo autódromo foi uma condição negociada para a demolição do antigo, onde está sendo construído o Parque Olímpico dos Jogos de 2016. Só realizaremos a licitação se tivermos a garantia do governo federal e do Ministério da Defesa de que a área está completamente livre de risco”, afirmou Régis Fichtner, secretário-chefe da casa civil do governo do estado do Rio de Janeiro.

Notem, entretanto, na fala do secretário, duas mentiras deslavadas: não existiu ‘condição negociada para a demolição do antigo autódromo e a construção do novo’, porque simplesmente havia um acordo – e não interessa que tenha sido assinado por Cesar Maia, Paulo Scaglione, Napoleão Bonaparte, Charles Naccache ou quem quer que fosse. Era a palavra da prefeitura do Rio, era a palavra da CBA. E tinha que ser respeitada. O acordo falava em demolição de Jacarepaguá COM A CONSTRUÇÃO DE UM NOVO AUTÓDROMO. Aconteceu a destruição da pista e a sua substituta, cadê?

Outra coisa: ‘está sendo construído o Parque Olímpico dos Jogos de 2016’. Conversa fiada do sr. Fichtner. Se sair alguma coisa até lá, provavelmente nada haverá de ‘Parque Olímpico’, porque todo mundo sabe que aquele terreno do autódromo era cobiçado pelas empreiteiras, que venderam a alma ao diabo (leia-se Eduardo Paes e Sergio Cabral) em troca de apoio político e terrenos para a construção de novos prédios e condomínios.

Francamente, sobre a questão do terreno minado, alguém tinha dúvidas a respeito? Que esse autódromo em Deodoro JAMAIS sairia do papel?

E repito: vamos cobrar, cobrar muito, a construção de um novo autódromo. Se não for no Rio, que seja noutro município. O Estado do RJ NÃO PODE ficar sem uma praça de competições do gênero. Ponto final.