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Nascar

Ponto de interrogação

RIO DE JANEIRO – A temporada 2014 da Nascar está a poucos dias do seu início. A expectativa pelas disputas nas três principais divisões é grande, principalmente na Sprint Cup em decorrência do novo formato do Chase, com um inédito sistema de mata-mata. Mas, desta vez, podemos e devemos temer pela ausência de brasileiros na […]

Paludo-e-Piquet

RIO DE JANEIRO – A temporada 2014 da Nascar está a poucos dias do seu início. A expectativa pelas disputas nas três principais divisões é grande, principalmente na Sprint Cup em decorrência do novo formato do Chase, com um inédito sistema de mata-mata. Mas, desta vez, podemos e devemos temer pela ausência de brasileiros na pista em tempo integral.

O ponto de interrogação quanto à participação de Nelsinho Piquet e Miguel Paludo cresceu na mesma medida em que a pré-temporada começou e nada dos dois em testes ou eventos do gênero. Não havia nenhum boato, nenhuma especulação envolvendo o filho do tricampeão mundial de Fórmula 1 e o gaúcho de Nova Prata. E infelizmente as suspeitas se confirmaram: nenhum dos dois deverá estar a tempo inteiro nas provas da Nationwide Series ou da Camping World Truck Series.

Para completar o quadro, Steve Turner e Harry Scott, patrões dos dois pilotos, desfizeram a sociedade e cada um foi para seu lado. Turner ficou com os carros #31 e #32 na Truck e eles já têm dono: o rookie Ben Kennedy e Tyler Malsam. No #4, que cabe a Harry Scott, ainda não pintou piloto. A Arrowhead, que patrocinava a picape de Jeb Burton, retirou o patrocínio e uma das revelações da Nascar só não ficou a pé para a primeira corrida em Daytona porque a ThorSport, a equipe do campeão Matt Crafton, lhe ofereceu um carro.

Com problemas para conseguir patrocinadores, Miguel parece resignado em não ser titular de qualquer escuderia da Truck Series. “É duro perceber que talvez não possa correr neste ano”, declarou Paludo à revista Popular Speed. “Cheguei ao ponto de que não devo fazer uma temporada completa após três anos seguidos e o jeito é tentar disputar algumas corridas de forma esporádica para voltar em tempo integral em 2015”, afirma o piloto, que fixou residência nos EUA ao lado da família – a mulher Patrícia e o único filho do casal, o simpático Oliver.

Se Paludo dá a cara para bater e lamenta sua situação, Nelsinho Piquet não deu qualquer declaração, qualquer sinal acerca de seu futuro. O que se sabe é que ele disputa a abertura da temporada da Stock Car brasileira com Átila Abreu. E só.

Talvez a situação do rompimento entre os sócios de sua equipe em 2013 seja um dos fatores de sua ausência nas pistas. Vejam bem, eu disse talvez, até porque não tenho certeza se é isso mesmo. Há quem diga que a brincadeira no Instagram do rival Parker Kligerman, onde o piloto fez um comentário considerado maldoso e que lhe custou uma punição com multa pecuniária, depôs contra sua imagem. “A punição foi ridícula”, declarou à época.

As negociações com outros times – especialmente a Roush Fenway Racing – também goraram. E Nelsinho, que entrou na Nascar com pompa e circunstância, prometendo chegar à Sprint Cup “para construir uma carreira nos EUA”, vê justamente essa carreira  se encontrar num perigoso desvio.

Vamos esperar, até porque fazer ilações a respeito de nenhum piloto nunca foi a tônica deste blog. Ficamos na torcida para que os dois consigam marcar presença, de alguma forma, neste ano de corridas da Nascar.