A Mil por Hora
Imprensa

As verdades do Carsughi

RIO DE JANEIRO – Por um dos acasos perversos do destino, pouco tive contato com Claudio Carsughi. Muitos dos meus colegas tiveram essa sorte de poder conviver com esse italiano de nascimento e brasileiro de coração, torcedor fervoroso da Fiorentina e que, como muitos de nós, tornou-se um apaixonado por automobilismo. Numa entrevista ao UOL, […]

claudio-carsughi-comentarista-do-sportv-1390326552917_615x300

RIO DE JANEIRO – Por um dos acasos perversos do destino, pouco tive contato com Claudio Carsughi. Muitos dos meus colegas tiveram essa sorte de poder conviver com esse italiano de nascimento e brasileiro de coração, torcedor fervoroso da Fiorentina e que, como muitos de nós, tornou-se um apaixonado por automobilismo.

Numa entrevista ao UOL, o novo parceiro do Grande Prêmio, o Carsughi falou umas verdades que muitos não têm coragem de dizer. Principalmente, sobre nossos três campeões mundiais de Fórmula 1, sobre Felipe Massa, Rubens Barrichello e o que a Rede Globo faz – e até hoje tenta fazer – com qualquer piloto brasileiro que chega à Fórmula 1.

“A Globo prejudica os pilotos novos. Ela fez uma aposta, não sei se certa ou não, comercialmente falando, no piloto brasileiro vencedor e não na Fórmula 1. E, no curto prazo, não havia razão nenhuma para termos um piloto excepcional novamente. Por que aconteceria? Fora de série, nasce de vez em quando. O tênis feminino nunca existiu no Brasil e surgiu um fenômeno como Maria Esther Bueno. Escola de piloto não existe. Se existir, ela dá bons pilotos, nota 7. Não dá gênios em série. Se fosse assim, a Alemanha não teria esperado tanto para ter um Schumacher. A Itália espera desde os anos 1950 o sucessor de Ascari. Quanto tempo a Inglaterra esperou para ter o Hamilton? 
 
Apostaram em brasileiro que ganha, musiquinha, etc. E o que fazer quando não tinha mais brasileiro que ganha? Aí, jogaram o Barrichello, que não estava maduro, no lugar do Senna. Ele não teve tempo de amadurecer, não teve tranquilidade e estreparam a carreira dele. Teve de conviver com a comparação. Todos que vierem agora terão de conviver com isso. O problema do Brasil é que não se admite o bom. Ou é o melhor do mundo ou é o pior do mundo. Por que não pode ser bom? Quantas vezes anunciaram o novo Pelé? Nunca vai ter um novo Pelé.”