A Mil por Hora
Automobilismo Nacional

Nunca me enganou

RIO DE JANEIRO – Em fevereiro deste ano, se os leitores do A Mil Por Hora têm boa memória, abri um post falando das intenções “oportunas”, que qualifiquei de “oportunistas”, do vereador Carlo Caiado, filiado ao DEM, o abjeto partido de direita que nasceu na não menos abjeta UDN, que patrocinou o golpe militar de […]

RIO DE JANEIRO – Em fevereiro deste ano, se os leitores do A Mil Por Hora têm boa memória, abri um post falando das intenções “oportunas”, que qualifiquei de “oportunistas”, do vereador Carlo Caiado, filiado ao DEM, o abjeto partido de direita que nasceu na não menos abjeta UDN, que patrocinou o golpe militar de 64, a “Redentora”, mudando de sigla para ARENA, PDS e, posteriormente, PFL.

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Ao lado do filho de um dos piores prefeitos da história do Rio de Janeiro: esse é Carlo Caiado, o que tem projeto para criar a Barra Olímpica como bairro e se coloca como “salvação” do automobilismo no Rio de Janeiro, com o projeto do Autódromo passando de Deodoro para Guaratiba

Na época, o parlamentar propôs uma representação oficial para que a planta do novo Autódromo do Rio – que seria construído em Deodoro e nunca saiu do papel (já vamos para três anos sem pista na outrora Cidade Maravilhosa, é bom lembrar) – fosse para a região de Guaratiba, também na zona oeste da capital carioca.

Agora, os camaradas Pedro José Tavares e Gildo Pires, tão indignados quanto eu com o fim de uma praça desportiva que mantinha vivo o automobilismo no estado, atentam para o seguinte detalhe: não é que o mesmo Carlo Caiado quer agora, via projeto de lei, criar um novo bairro na Barra da Tijuca – a Barra Olímpica? O sr. Caiado não está junto na empreitada: os vereadores Tio Carlos (olha o nome do sujeito!) e Tânia Bastos são os autores do projeto 807/2010. A justificativa, claro, é “homenagear” os Jogos Olímpicos Rio 2016. Maiores detalhes, aqui, na reportagem da versão online de O Globo.

Lamento muito a postura do parlamentar, que brada aos quatro ventos que “é a salvação do automobilismo carioca”, mas por outro lado participa dessa farsa chamada Barra Olímpica, aproveitando que no terreno do Autódromo, extinto para a construção do Parque Olímpico, haverá a farra das empreiteiras dispostas a erguer prédios nesse mesmo terreno assim que a Rio 2016 termine. Enquanto isso, pilotos estão órfãos, mecânicos e preparadores estão sem emprego.

O automobilismo não é esporte só de elite. O golfe, hoje incluído como esporte olímpico, sim. É totalmente sectário. No esporte a motor, o piloto depende de uma equipe para vencer. E muitas famílias perderam seu sustento básico com o fim do Autódromo de Jacarepaguá.

Perceberam que eu não estava tão errado assim quando disse que a intenção do sr. Carlo Caiado era “oportunista”?

Esse, nunca me enganou.