A Mil por Hora
Fórmula Indy

Thank you, Justin…

RIO DE JANEIRO – O automobilismo sofre mais uma perda cruel. Antes do anúncio oficial feito em coletiva de imprensa pelo CEO da IndyCar Series, Mark Miles, a agência de notícias Associated Press (AP) furou todo mundo e deu a notícia: Justin Wilson infelizmente faleceu, pouco mais de 24h após o acidente grave sofrido na […]

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Momento especial na carreira de Justin Wilson: com a minúscula Dale Coyne, ele derrotou as gigantes Penske e Chip Ganassi no GP de Watkins Glen de Fórmula Indy em 2009

RIO DE JANEIRO – O automobilismo sofre mais uma perda cruel. Antes do anúncio oficial feito em coletiva de imprensa pelo CEO da IndyCar Series, Mark Miles, a agência de notícias Associated Press (AP) furou todo mundo e deu a notícia: Justin Wilson infelizmente faleceu, pouco mais de 24h após o acidente grave sofrido na etapa de Pocono, penúltima da temporada 2015 da categoria estadunidense de monopostos.

Atingido por um pedaço do carro de Sage Karam, o britânico bateu no muro e já foi retirado do carro #25 da Andretti Autosport desacordado. No primeiro boletim divulgado ontem, as notícias já não eram boas. Wilson entrou em coma e seu estado era crítico. Os médicos tentaram reverter o quadro, mas diante da gravidade, isto tornou-se impossível e o simpático piloto nascido em 31 de julho de 1978 morreu aos 37 anos.

Com estatura avantajada para os padrões do esporte – 1,92 metro – Justin Wilson começou em 1987, aos nove anos, nos karts. Venceu a Fórmula Palmer Audi e ganhou o prestigioso prêmio McLaren Autosport BRDC Young Driver of The Year, para os jovens talentos do automobilismo. Aportou na Fórmula 3000 e dominou a temporada de 2001 competindo pela Arden International, dirigida pelo hoje chefe da Red Bull Christian Horner.

O britânico disputou 16 provas de Fórmula 1, sendo onze pela European Minardi e as restantes pela Jaguar

Foi promovido a piloto de testes da Jordan e disputou a Telefonica World Series, a Fórmula Renault 3.5, ganhando corridas em Interlagos e Valência. Só não estreou na F1 no mesmo ano de 2002 porque era alto demais e a Minardi não teria tempo de aprontar um novo cockpit. Mas ganhou um lugar fixo em 2003 na categoria máxima, como companheiro de Jos Verstappen. Na equipe de Paul Stoddart, fez onze corridas e chegou em 11º no GP da Espanha. Após o GP da Grã-Bretanha, entrou na Jaguar, na vaga de Antonio Pizzonia. Conquistou seu primeiro e único ponto na categoria no GP dos EUA, em Indianápolis, com um 8º lugar.

Sem chance na F1, passou à ChampCar, já decadente. Conquistou quatro vitórias e dois vice-campeonatos em 2006 e 2007. Com a fusão da ChampCar com a IRL, debandou também para a IndyCar Series, defendendo quatro equipes – Newman-Haas Lanigan, Dale Coyne Racing, Dreyer & Reinbold e Andretti Autosport. Conquistou para a pequena equipe de Dale Coyne duas históricas vitórias – em Watkins Glen e no oval do Texas. Disputou 120 corridas da categoria e nas 500 Milhas de Indianápolis, seu melhor resultado foi um 5º lugar em 2013.

Justin Wilson era casado com Julia e teve duas filhas: Jessica Lynne e Jane Louise, ambas nascidas nos EUA

Versátil, Justin disputou também corridas de Turismo no V8 Supercars, protótipos da American Le Mans Series, Rolex SportsCar Series (venceu inclusive as 24h de Daytona ao lado de Oswaldo Negri, na equipe Michael Shank Racing), Tudor United SportsCar Championship e das 24h de Le Mans, da qual tomou parte uma única vez, em 2004. Fez, além da temporada parcial da Indy, uma corrida de Fórmula E nas ruas de Moscou, na Rússia, chegando em 10º.

Infelizmente, os esportes motorizados apresentam grande dose de risco e um acidente como aquele, que parecia ser banal, trouxe tanta dor para aqueles que amam o automobilismo. A Fórmula Indy encara a segunda morte em menos de três anos – ambas com pilotos britânicos. Não é hora de começar a apontar soluções, porque o momento é de profunda tristeza para todos nós.

Thank you, Justin.

Acompanhe no Grande Prêmio toda a cobertura da morte de Justin Wilson