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Keith Emerson, um monstro

RIO DE JANEIRO – Mais uma perda devastadora para a música. Só nesta semana, George Martin, Naná Vasconcelos e agora Keith Emerson, lenda dos teclados, monstro dos sintetizadores e o grande gênio do grupo de rock progressivo Emerson Lake & Palmer. O britânico se foi nesta sexta-feira aos 71 anos. Fico aqui pensando com meus […]

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Gênio: Keith Emerson (1944-2016) é mais uma perda irreparável para a música. E ainda estamos em março…

RIO DE JANEIRO – Mais uma perda devastadora para a música. Só nesta semana, George Martin, Naná Vasconcelos e agora Keith Emerson, lenda dos teclados, monstro dos sintetizadores e o grande gênio do grupo de rock progressivo Emerson Lake & Palmer. O britânico se foi nesta sexta-feira aos 71 anos.

Fico aqui pensando com meus botões: com tanto vaso ruim pra quebrar, por que tanto gênio, tanta gente boa vai embora assim, deixando saudade? Emerson era daqueles músicos que tinham uma habilidade fora do normal com seu instrumento. E não só a habilidade. Havia um quê de audácia e de loucura – que talvez fizesse dele um ícone e do ELP um dos grandes dos anos 1970.

O power trio era assim formado: Greg Lake tocava violão e baixo – e, eventualmente, guitarra. E havia ainda o alucinado Carl Palmer na bateria. Alopraram no festival da Ilha de Wight em 1970, deixando todo mundo boquiaberto. O que eles fazem em “Pictures of Exhibition” e principalmente no clássico do jazz “Blue Rondo a la Turk” é de fazer cair o queixo de qualquer cidadão. Com Tarkus, álbum gravado no ano seguinte, se inseriram de vez no cenário internacional e conquistaram uma legião de fãs. Que com certeza ficaram tristes no primeiro fim do grupo, em 1978.

Carl Palmer foi tocar no Asia e assim, nos anos 1980, a banda ressuscitou como ELP, mas com Cozy Powell (que tocou no Rainbow e posteriormente no Black Sabbath e Whitesnake), cuja especialidade era o Heavy Metal. O grupo durou pouco com esta formação alternativa e Palmer voltaria para que o ELP gravasse pelo menos mais dois álbuns – o último foi em 1994 – sem muita repercussão. O baterista começou a ter problemas com os movimentos das mãos e Keith Emerson também – o tecladista tinha o que chamamos hoje de LER (Lesão por Esforço Repetitivo), com dores lancinantes nos punhos e mãos.

Hoje o ELP está sepultado e com ele se vai parte da história do prog rock e do brilhantismo de um tecladista monstruoso, um gênio, um virtuose feito Keith Emerson. Atrevo-me a dizer que, à altura dele, só Richard Wright e Rick Wakeman. E olhe lá.

Como homenagem, o blog traz o vídeo com a apresentação do Emerson Lake & Palmer ao vivo na Ilha de Wight em sua versão absolutamente alucinante de “Blue Rondo a la Turk”.