A Mil por Hora
Clip da Semana

Mamonas, 20 anos

RIO DE JANEIRO – Foi num 2 de março como hoje, só que há 20 anos atrás, que uma tragédia sacudiu o país. Um avião vindo de Brasília bateu na Serra da Cantareira e todos os ocupantes da aeronave morreram. No aparelho, estava ninguém menos que o maior fenômeno pop daquela época: os Mamonas Assassinas. […]

RIO DE JANEIRO – Foi num 2 de março como hoje, só que há 20 anos atrás, que uma tragédia sacudiu o país. Um avião vindo de Brasília bateu na Serra da Cantareira e todos os ocupantes da aeronave morreram. No aparelho, estava ninguém menos que o maior fenômeno pop daquela época: os Mamonas Assassinas.

Dinho, Júlio Rasec, Bento Hinoto e os irmãos Samuel e Sérgio Reoli, mais do que boas músicas, mais do que excelentes músicos e um vocalista com grande presença de palco, nos traziam alegria. As performances hilárias e as letras bem-sacadas, ora críticas, ora divertidíssimas, eram um bálsamo em tempos cheios de incertezas. Muitos ainda choravam a morte de Ayrton Senna e foi uma pena que os cinco tenham ido embora tão cedo.

Ninguém podia prever aquilo. Muito menos João Augusto, da EMI-Odeon. Influenciado por seu filho Rafael Ramos, hoje produtor e à época integrante do grupo Baba Cósmica, contratou os rapazes – não sem rolar uma mentirinha. Os Mamonas dissseram que tinham sete músicas prontas para um disco com, no mínimo, 10 faixas. Na verdade, eram apenas três músicas prontas e em uma semana, os garotos de Guarulhos desovaram as demais. Foram mandados para estúdio em Los Angeles com o produtor Rick Bonadio, o “Creuzebeck”, como Dinho o chamava. E lá cometeram o álbum de maior vendagem da história da música brasileira.

Foram 3 milhões de cópias do único CD dos Mamonas, conferindo o Disco de Diamante à banda. Músicas hilárias como “Pelados em Santos”, “Robocop Gay”, “Mundo Animal”, “Chopis Centis” e a impagável “O Vira” caíram no gosto de todo mundo. De crianças a velhos, gays a heterossexuais, todo mundo curtia as aparições dos Mamonas nos palcos e na televisão, enchendo telinhas e telonas de irreverência.

O Flavio Gomes cravou no blog dele que o grupo paulista seria o maior do Brasil. Talvez. Infelizmente, não viveram para nos dar essa certeza. O rock, por vezes, é rápido, maravilhoso, cruel, trágico. Quantos artistas nos alegraram e comoveram e depois desapareceram, feito cometas no céu?

É claro que, por este blog falar de automobilismo e carros, o Clip da Semana é o da saudosa Brasília amarela: “Pelados em Santos” homenageia a existência efêmera e feliz dos meninos que só queriam tocar suas músicas, mandar seu recado nos palcos e nas entrevistas e fazer os brasileiros um pouco mais alegres.

https://www.youtube.com/watch?v=rmMj8UC5Mig