RIO DE JANEIRO – No próximo dia 19 de novembro, ao fim das 6h do Bahrein, uma história termina: aos 40 anos, o australiano Mark Webber, campeão mundial de Endurance em 2015 junto a Brendon Hartley e Timo Bernhard coloca um ponto final em sua trajetória de piloto de competição.
Foram três temporadas no WEC após 12 campeonatos de Fórmula 1 que renderam ao piloto alguns dissabores e um total de 215 GPs disputados, com nove vitórias, 13 pole positions e 42 pódios. No Mundial de Pilotos, terminou em 3º lugar – três vezes. Os atritos internos na equipe Red Bull e a absoluta impossibilidade de competição em nível de igualdade com Sebastian Vettel fizeram com que Webber decidisse deixar a F-1 rumo a um sedutor convite da Porsche para integrar o novo programa de Endurance da marca teutônica.
E assim foi: já em 2013, Webber era piloto da Porsche e nos últimos anos ele vinha integrando o time oficial de fábrica. O piloto rapidamente se entrosou com o 919 Hybrid, com toda a equipe técnica e principalmente com seus colegas de pilotagem. Em 22 provas que disputou até agora no WEC, Mark e parceiros ganharam sete vezes. Ou seja: o australiano tem quase tantas vitórias no Mundial de Endurance em pouquíssimo tempo quanto em onze anos de F1 – vá lá… Webber andou de Minardi e Jaguar, eu sei…
O piloto teve o mérito de angariar fãs para o WEC e eu tive a prova disso nas 6h de São Paulo, a única que ele disputou em 2014 por aqui. Ele era, disparado, o mais procurado pela imprensa e pelo público – até pelo fato de ser mais conhecido por sua passagem na Fórmula 1. Mas agregou àquele evento um público novo, que sem dúvida gostou do que viu. E não só aqui: no resto do planeta é assim. A simpatia do australiano é um de seus pontos fortes. E é nisso que Gérard Neveu, CEO do Mundial de Endurance, acredita.
“Ele é um perfeito embaixador do WEC e a noção do quanto ele é importante para a categoria é inestimável. Dentro e fora da pista. A partir do momento que ele se juntou à Porsche e começou a frequentar os paddocks da categoria, ele abraçou o campeonato e deu tudo de si. Nunca o vimos fazer nada que não exigisse 100% de dedicação.”
A aposentadoria de Webber, que passará a desempenhar um papel de consultor da Porsche, assim como acontece com Allan McNish e Tom Kristensen na Audi Sport, precipita a abertura de uma vaga muito interessante no contexto do Mundial de Endurance para 2017 – e não deve ser a única, uma vez que Romain Dumas e Marc Lieb podem ser substituídos.
Mas não se animem muito, leitores: com raras exceções – e Webber foi uma delas – a Porsche contrata gente de fora. Earl Bamber e Nick Tandy, vencedores das 24h de Le Mans ano passado, estão fortemente cotados para se juntar à equipe de LMP1.
Só que a especulação reúne apenas o neozelandês e o britânico. Não se fala de outros nomes da casa Porsche. E aí podemos ter novidades…