RIO DE JANEIRO – Deu na imprensa internacional: a Toyota ameaça sair do Campeonato Mundial de Endurance (FIA WEC) caso haja uma modificação drástica no regulamento técnico prevendo uma diminuição do uso de tecnologia híbrida.
O campeonato passa por um período complicado na classe LMP1, por conta da disparada dos custos e isso inclui o investimento em tecnologias de motores auxiliares elétricos, como os que Porsche e Toyota – hoje os únicos construtores oficiais de fábrica, após a debandada da Audi – vêm desenvolvendo.
“A principal razão para participarmos no WEC é desenvolver a tecnologia especialmente a híbrida, por isso seria praticamente impossível à Toyota regredir nesse capítulo. Desenvolver a tecnologia híbrida é a razão de ser do nosso programa”, afirmou o diretor técnico Pascal Vasselon.
A Toyota confirmou sua presença no Mundial em princípio apenas até o fim deste ano e os japoneses já fizeram ACO e FIA saberem que não estão muito satisfeitos com o chamado ‘congelamento’ do desenvolvimento dos Esporte-Protótipos com sistemas híbridos até 2019 e a consequente discussão sobre mudanças técnicas previstas para 2020, exatamente para evitar uma nova disparada nos custos.
Esse é o principal problema que impede, por exemplo, que a Peugeot queira voltar ao WEC. O CEO do grupo PSA (que recentemente fechou a compra da Opel e da Vauxhall), o português Carlos Tavares, sugere que a LMP1 diminua a escalada tecnológica como condição para o regresso do construtor francês.
Talvez esse seja o maior desafio não só da FIA como também do Automobile Club de l’Ouest, que organiza o WEC em conjunto com a entidade máxima do desporto automobilístico e também as 24h de Le Mans. “Nada está acordado e nada está decidido – queremos discutir todas as possibilidades de modo a haver uma grande redução de custos para 2020”, afirmou a propósito o diretor esportivo do ACO, Vincent Beaumesnil.