A Mil por Hora
World Series V8

O futuro está aqui (IV)

RIO DE JANEIRO – Fechando a leva de postagens sobre as esperanças – que ainda temos e espero que continuaremos tendo – dentro do automobilismo internacional, não podia faltar um representante cujo sobrenome tem um peso imenso: Pietro Fittipaldi. Aos olhos do avô e bicampeão de Fórmula 1 e de 500 Milhas de Indianápolis, o […]

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Com nova pintura no “casco”, Pietro Fittipaldi retomou o caminho do início da temporada e “varreu” a etapa do México da World Series Fórmula V8

RIO DE JANEIRO – Fechando a leva de postagens sobre as esperanças – que ainda temos e espero que continuaremos tendo – dentro do automobilismo internacional, não podia faltar um representante cujo sobrenome tem um peso imenso: Pietro Fittipaldi.

Aos olhos do avô e bicampeão de Fórmula 1 e de 500 Milhas de Indianápolis, o garoto fez o que se esperava dele no fim de semana de World Series Fórmula V8 na Cidade do México. Conquistou duas pole positions – quebrou o recorde da categoria, que pertencia a Daniel Ricciardo chegando ao total de 10 largadas na primeira fila – e ganhou as duas provas no Autódromo Hermanos Rodriguez. Como efeito, chegou a seis triunfos na temporada e reconquistou a liderança do campeonato.

Pietro superou os períodos de altos e baixos para deslanchar no momento certo. Enquanto rivais erraram (Egor Orudzhev, por exemplo, bateu duas vezes) e outros não tinham chance de alcançar o brasileiro, como o russo Matevos Isaakyan, que chegou à esta rodada como líder, o piloto da Lotus fez tudo como manda o figurino e inclusive superou o seu ponto fraco na maioria das corridas, que eram as largadas. Muito treino nos simuladores e muito foco para garantir uma evolução em sua performance, no intervalo entre a rodada da Alemanha e este fim de semana no México.

O campeonato parece encaminhado: Fittipaldi tem 15 pontos de vantagem para Isaakyan, mas ainda precisa ser definido. São duas rodadas, quatro provas, 100 pontos em jogo e muita coisa pode mudar. Aí está o perigo para Pietro. A World Series V8, por mais que seja um campeonato atrativo por conta dos belos chassis Dallara, pelo ronco do motor Zytek – que é um tesão – e pelos pneus Michelin, que têm melhor performance global que os Pirelli que a Fórmula 2 usa, está no desvio. Por mais que a categoria ofereça um atrativo pacote, os carros são poucos e nessa etapa foram só onze. Nas demais, o grid foi de 12 e em nenhum momento houve perspectiva de melhora. Ou seja: um erro pode ser fatal em decorrência de um grid minguado. Não marcar pontos seria um pecado mortal.

Estou com isso minimizando o esforço do garoto em ser campeão? De forma alguma: apenas não vim aqui tapar o sol com a peneira. Aliás, em nenhum momento a gente iludiu o telespectador do Fox Sports em nossas transmissões. O que Pietro está fazendo e se propôs a fazer é isso. Liderar o campeonato, ganhar o máximo possível de corridas e correr para chegar na frente dos adversários. É a obrigação de quem entra num campeonato com chances de vencê-lo e é justamente esse o caso. E Pietro, não tenham dúvidas, está focado para chegar ao título.

Precisa manter o nível em Austin e no Bahrein para alcançar seus objetivos e acho que conseguirá.

O futuro está aqui. E a quarta geração da família Fittipaldi mostra que por muito tempo ainda falaremos deles. E isso vem desde o velho Barão. Afinal de contas, foi com o apaixonado e radialista Wilson que toda essa história começou.