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Motovelocidade

As polêmicas da MotoGP

RIO DE JANEIRO – Diria o narrador Rômulo Mendonça, dos canais ESPN, que o CAOS se instaurou em Termas de Río Hondo, na 2ª etapa do Mundial de Motovelocidade, o GP da Argentina. Tudo começou com o estapafúrdio critério de separar Jack Miller, o pole position, do resto do pelotão de pilotos que decidiu trocar […]

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O instante exato em que Marc Márquez exagera na dose e leva Valentino Rossi ao chão. Está acesa novamente a chama da rixa que levou a MotoGP a cenas lamentáveis em 2015? Só o tempo dirá, de acordo com o dito popular…

RIO DE JANEIRO – Diria o narrador Rômulo Mendonça, dos canais ESPN, que o CAOS se instaurou em Termas de Río Hondo, na 2ª etapa do Mundial de Motovelocidade, o GP da Argentina.

Tudo começou com o estapafúrdio critério de separar Jack Miller, o pole position, do resto do pelotão de pilotos que decidiu trocar de moto quando a corrida foi declarada em pista molhada pela direção de prova. Tudo bem que o australiano não tem culpa de ter escolhido partir de pneus slicks, mas fazer com que os demais 22 caras saíssem quatro filas depois dele foi um negócio muito estranho.

Não parou por aí: Marc Márquez viu sua moto apagar e, ao invés de esperar pela ajuda externa que o levasse para o pit lane e resolvessem o problema, o campeão mundial deu mau exemplo. Fez a moto pegar no tranco voltando na contramão! Outro absurdo que depois acabaria lhe custando o chamado ride through, em que teve que passar pelos pits.

Cumpriu a punição e veio feito um touro bravo atacando os rivais de uma forma muito mais agressiva que o normal, conduzindo sua Honda RC213V como se estivesse num jogo de videogame numa corrida de motocicletas onde não há regras. Primeiro, aprontou para cima de Aleix Espargaró. E depois, fez reviver uma velha escaramuça do passado com um antagonista pra lá de conhecido.

A poucas voltas do final, Márquez tentou uma manobra de ultrapassagem meio desastrada sobre Valentino Rossi. Perdeu o controle de sua moto e fez o veterano piloto da Yamaha ir ao chão.

A revolta da equipe de Valentino foi tanta e a torcida ficou tão indignada com o papelão de Márquez que o piloto espanhol foi vaiado intensamente ao fim da competição. Ele tentou pedir desculpas, mas foi impedido de entrar nos boxes da marca dos três diapasões. Ao rival, Rossi dedicou palavras duras.

“Ele (Márquez) acaba com o esporte”, disse.

Por seu lado, Marc tentou se defender e se justificar. “Valentino também teve 25 anos”, afirmou.

Mas, gozado… não me lembro de ver Rossi, aos 25 anos na temporada de 2004, fazendo tanta coisa errada quanto as que Márquez fez neste GP da Argentina. Deve ser porque o italiano nunca foi cara de pau como seu adversário o foi hoje em Termas de Río Hondo.

A imprensa italiana botou lenha na fogueira. “A MotoGP não é esporte de contato”, lembra o site ItaliaRacing. Mas é fácil meter o pau em Márquez, porque Rossi, é bom lembrar, também foi desleal com o adversário – embora esse tipo de conduta nunca tenha sido usada anteriormente pelo Doutor, especialmente quando tinha 25 anos. Não estou o defendendo aqui e muito menos acusando Márquez de nada. Apenas acho que houve excessos por parte do piloto espanhol.

Bom… é claro que houve corrida, e ela infelizmente ficou em segundo plano depois disso tudo. Uma pena, pois Cal Crutchlow, o grande vencedor do domingo com sua Honda da equipe de Lucio Cecchinello, não merecia isso. Nem ele e muito menos Johan Zarco, o segundo colocado e Alex Rins, que pôs a Suzuki de volta ao pódio.

Em tempo: com o 6º lugar na Argentina, Andrea Dovizioso viu Crutchlow sair da América do Sul como o novo líder do campeonato, somando 38 contra 35 do italiano da Ducati. Vamos aguardar pelo GP dos EUA em Austin, no Texas, pra ver primeiro se os ânimos estarão mais serenados e se a FIM consegue resolver seus problemas com relação ao regulamento.