A Mil por Hora
Stock Car

Por mais corridas assim na Stock!

RIO DE JANEIRO – O anel externo do Autódromo de Goiânia foi usado uma única vez pela Stock Car em 1993, portanto há vinte e cinco anos. Desde então, não se explorou o potencial do traçado que tem 2,696 km de extensão e que lembra – guardadas as proporções – os ovais que a gente […]

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No clique de Fernanda Freixosa, a merecida festa pela vitória na Corrida do Milhão: à esquerda, Fernando Barrichello, no meio Rubens e à direita o dono da equipe Full Time, Maurício Ferreira

RIO DE JANEIRO – O anel externo do Autódromo de Goiânia foi usado uma única vez pela Stock Car em 1993, portanto há vinte e cinco anos. Desde então, não se explorou o potencial do traçado que tem 2,696 km de extensão e que lembra – guardadas as proporções – os ovais que a gente vê toda semana na tela do Fox Sports.

E para quem acha que corrida em circuito assim é um negócio muito chato, deveria rever os conceitos após a décima edição da Corrida do Milhão. Que prova frenética, bacana e emocionante do primeiro ao último minuto, com uma vitória espetacular, maiúscula mesmo, de Rubens Barrichello, sobre Max Wilson e Antônio Félix da Costa, respectivamente segundo e terceiro colocados.

Mas em que pese a emoção da disputa, há alguns senões a serem discutidos. E nem vou falar da ausência de imagens do pódio. Afinal, isso não é novidade nenhuma. E nem cabe a mim criticar. Já trabalhei lá na emissora que exibe a categoria, sei que o modus operandi é esse e vida que segue. A Stock não estava como uma atração à parte da grade e sim dentro de um programa. Paciência.

Acredito que a Corrida do Milhão deveria ter recebido uma atenção melhor da Vicar no que tange ao seu formato de disputa – assim como deveria ter acontecido com a Corrida de Duplas. Se ambas são, junto à decisão do campeonato, dois dos principais eventos do calendário, por que raios uma prova com 40 minutos apenas e mais uma volta?

Outra: para que duas janelas programadas? Além da questão de uma disputa mais longa, pra que pré-determinar janelas? Uma corrida como esta deveria ter flexibilidade de estratégias e não engessar o formato de disputa. Mas isso, de nenhuma forma, empana o brilho de uma corrida disputada, emocionante e interessante – como a Stock sempre tem que ser.

Não é exagero: dos 32 pilotos que largaram, já que Antonio Pizzonia não conseguiu pôr seu carro em marcha, dá pra dizer sem erro nenhum que pelo menos duas dezenas de nomes do pelotão tinham condições de vencer a Corrida do Milhão.

E para delírio do ótimo público que foi às dependências do Autódromo de Goiânia (que um dia espero conhecer), venceu Barrichello, que ainda continua dando um show de competência aos 46 anos de idade – e tudo isso depois do susto que deu no início do ano, quando sofreu um AVC. Rubens é um cara muito querido pelo público e, na pista, ainda é um cara excepcional. Max Wilson e Antônio Félix da Costa, também. Se qualquer outro dos dois tivesse vencido, o milhão de reais estava em ótimas mãos.

Enfim, que a Vicar e a Stock Car repensem o formato de suas principais atrações e – principalmente – explorem mais a questão de provas em anel externo. Tenho certeza que quem assistiu ao vivo gostou e que o público em casa curtiu também. Nas redes sociais, as manifestações foram favoráveis para que tenhamos mais corridas assim.

Fica a sugestão.