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Fórmula Indy

Decisão polêmica

RIO DE JANEIRO – A imagem acima mostra Patricio “Pato” O’Ward junto a Oliver Askew. Ambos foram os dois últimos campeões da Indy Lights. E estarão no grid da Fórmula Indy em 2020. Mas a que preço… Principalmente para Askew, vencedor do campeonato mais esvaziado da história da categoria. A drástica decisão da Arrow McLaren […]

RIO DE JANEIRO – A imagem acima mostra Patricio “Pato” O’Ward junto a Oliver Askew. Ambos foram os dois últimos campeões da Indy Lights. E estarão no grid da Fórmula Indy em 2020.

Mas a que preço…

Principalmente para Askew, vencedor do campeonato mais esvaziado da história da categoria.

A drástica decisão da Arrow McLaren SP em trazê-lo para o posto de titular em detrimento do experiente canadense James Hinchcliffe pegou todo mundo de surpresa – e as reações nas redes sociais da equipe dirigida por Sam Schmidt e Doug Peterson, sob a supervisão da tradicional escuderia de Fórmula 1, foram as piores possíveis.

O apoio a Hinch foi quase irrestrito e é difícil apontar culpados por uma decisão tão surpreendente quanto triste – para quem foi demitido, é claro.

Apontar o dedo para Schmidt, Peterson e Gil de Ferran parece algo leviano. O piloto também poderá ter contribuído para a sua própria saída, uma vez que posou para o ESPN Body Issue quase como veio ao mundo, apoiado em seu carro de Fórmula Indy.

O nome do patrocinador só não foi exposto porque a foto foi tratada. E pode (por que não?) ter havido um mal-estar a respeito.

Sim, eu sei que os tempos podem ser “modernos”, que estamos em 2019, mas não é todo mundo que aceita ver um patrocinador exposto (mesmo com foto tratada) em ensaio de nudez, por menos erótico que possa parecer.

“Ah, mas James Hunt posou com duas garotas nuas em 1976 com seu McLaren estampando o logo da Marlboro”, dirão alguns.

Pois é: era outra época, havia um certo liberalismo. E era o James Hunt, que podia tudo.

Outro fator: Hinchcliffe foi durante os últimos anos um piloto com boas ligações com a Honda – e a Arrow McLaren SP vai de Chevrolet em 2020. Qualquer desculpa que será ou seria dada por quem quer que seja – Gil, Schmidt, ou Peterson – vai pegar mal pra muita gente.

O canadense não se conformou.

“Difícil não seria dizer que os últimos acontecimentos foram difíceis”, afirmou Hinchcliffe. “Ficamos chocados ao saber que não estaríamos ao volante do carro #5 na temporada 2020. Obviamente, é muito tarde, mas estamos trabalhando para salvar uma campanha completa na categoria.”

“O apoio da comunidade automobilística foi esmagador e eu acho isso ótimo. Nós apenas fazemos o que fazemos por causa dos fãs e a paixão deles é incrível. Decepção à parte, tenho amigos, família, saúde e fãs me apoiando. No final de tudo, há sempre um jogo do (Toronto Maple) Leafs (N. do blog: time canadense da NHL, a National Hockey League) para poder consertar a decepção”, continuou.

“Já fui mandado embora antes e voltei mais forte. Essa será a minha próxima luta. Desafio aceito”, arremata Hinch.

E por falar em desafio, conseguir um lugar full season em equipes clientes da Honda será mesmo difícil. Andretti e Ganassi já têm seus pilotos confirmados e dificilmente haverá uma rescisão unilateral para acomodar o canadense numa destas equipes.

Sobrariam a Dale Coyne, já que não há ainda nada a respeito da permanência de Santino Ferrucci – que até fez um bom campeonato neste ano, a Meyer-Shank Racing (não sei se estão apalavrados com Jack Harvey) e a Rahal-Letterman-Lanigan que, em termos de competitividade, seria a melhor opção disponível.

Só não se sabe se Bobby Rahal, David Letterman e Mike Lanigan têm bala na agulha para alinhar um terceiro carro e ampliar o esquema para toda uma temporada de 17 corridas em seis meses de disputas.