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Jornalismo

Vergonha, mais uma

RIO DE JANEIRO (Perguntinha: é no débito ou no crédito?) – No país da “Lei de Gerson”, da vergonha e dos escândalos, o GRANDE PRÊMIO revelou um grande, enorme, envolvendo o Superbike Brasil, a Confederação Brasileira de Motociclismo e, pasmem, a entidade mater do esporte a motor sobre duas rodas, a FIM. A matéria – […]

RIO DE JANEIRO (Perguntinha: é no débito ou no crédito?) – No país da “Lei de Gerson”, da vergonha e dos escândalos, o GRANDE PRÊMIO revelou um grande, enorme, envolvendo o Superbike Brasil, a Confederação Brasileira de Motociclismo e, pasmem, a entidade mater do esporte a motor sobre duas rodas, a FIM.

A matéria – excelente, por sinal – assinada por PH Marum e Juliana Tesser, traz a nu a intrincada trama que foi responsável pela retirada voluntária de Alexandre Barros das pistas ao fim do último ano.

Uma história mal contada que envolve um campeonato cuja credibilidade foi posta em dúvida por conta de quatro mortes – duas delas ano passado, que colocou a CBM na barafunda e, pior, atinge a FIM porque a entidade máxima do motociclismo é citada por algo… que não fez.

A dúvida é: quem está se sujando nessa história?

Duvido que Alex e Cesar Barros, irmão do agora aposentado piloto, se metam nesse balaio para prejudicar alguém.

Pelo contrário: talvez tenham sido os mais sacaneados. Nenhum dos dois me passou procuração pra defendê-los e não é isso que estou fazendo nessas linhas. Apenas duvido que, pelo caráter de ambos, eles fizessem isso.

Está tudo lá na reportagem. E com o nome da FIM sendo envolvido nesse imbróglio todo – em vão – temo que o Brasil tenha o o mesmo destino que sofreu no final dos anos 1950.

Para quem não sabe, o país já teve sua confederação banida do quadro da Federação Internacional por conta da desorganização completa do GP do IV Centenário, que foi disputado em 1954, no Autódromo de Interlagos.

Essa prova tinha caráter internacional e vieram pilotos de fora – como o rodesiano Ray Amm, que ganhou o evento. Mas o país foi posto de castigo no cenário motociclístico por quase 20 anos.

Não foi à toa que Adu Celso e Luiz Celso Giannini, dois dos brasileiros que foram ganhar as pistas lá fora nos anos 1970, surgiram no Mundial de Motovelocidade com licença holandesa – inclusive tendo que disputar corridas naquele país para se graduarem.

Adu tinha preparação de Ferry Swaep, chassis feitos por Nikko Baker e era conhecido como o “Índio Brasileiro”, pela tez quase morena e pelo cabelo grande e escorrido. Andou no Mundial até 1976. Luiz Celso só fez a temporada de 1971 e regressou ao Brasil para cuidar dos negócios de sua família.

A FIM é hoje presidida pelo português Jorge Viegas. Vamos ver que tipo de atitude a entidade sediada na Suíça irá tomar, face a gravidade dos acontecimentos e, principalmente, a questão da falsificação de documentos – o que é uma molecagem sem precedentes.