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Fórmula Indy

Robin Miller, lenda

RIO DE JANEIRO – Cresci na profissão de jornalista tendo como referências – e podia ser diferente? – mestres como Reginaldo Leme, Lito Cavalcanti, Flavio Gomes, Edgard Mello Filho, Castilho de Andrade, Cláudio Carsughi, Wagner Gonzalez e Marcus Zamponi. Confesso ser dura e difícil a caminhada, com o panorama atual. São 24 anos de profissão, […]

Robin Miller se foi hoje aos 71 anos. Foram mais de meio século dedicados ao jornalismo e ao automobilismo. Uma lenda sai de cena (Foto: Mike Levitt/LAT)

RIO DE JANEIRO – Cresci na profissão de jornalista tendo como referências – e podia ser diferente? – mestres como Reginaldo Leme, Lito Cavalcanti, Flavio Gomes, Edgard Mello Filho, Castilho de Andrade, Cláudio Carsughi, Wagner Gonzalez e Marcus Zamponi. Confesso ser dura e difícil a caminhada, com o panorama atual. São 24 anos de profissão, 18 comentando corridas, muita luta, poucas vitórias, muitos dissabores. O jornalista de motorsport normalmente não é valorizado como deveria neste país.

Sigamos…

Se fosse nos EUA, eu queria ser como Bob Jenkins, Paul Page, Allen Bestwick, Bob Varsha, Chris Economaki, Dr. Jerry Punch e Robin Miller. Lá pelo menos os conglomerados de mídia reconheceriam – o que não acontece aqui – que um jornalista de motorsport tem seu valor.

Não faz muitos dias, acho que após a corrida de Nashville, se não me engano um ou dois depois daquele domingo, perdemos Bob Jenkins, a voz inconfundível de transmissões da Indy 500 e da Nascar.

Hoje, 25 de agosto, foi a vez do Robin Miller partir.

Parece egoísimo – e é um pouco, desculpem – querer que alguém doente permaneça entre nós. Robin lutava contra um câncer fulminante e foi visto nos pits em Indianápolis (ou Nashville, me corrijam, por favor!) já bastante debilitado.

Só quem trabalha com esse esporte sabe mensurar o quanto ele é importante na nossa vida. Robin sabia disso. Esteve dos “dois lados do balcão”. Foi piloto e era um jornalista dos bons, havia 53 anos. Desde o Indianápolis Star, até a rede estadunidense NBC Sports, onde trabalhava com a Indy – fora seus artigos sensacionais na Racer Magazine, fez tudo com paixão e competência. De minha parte, esses atributos não faltam. Lamento que poucos ou ninguém enxergue isso.

Longe de mim me comparar a um cara de um brilhantismo tamanho e de um trato incrível com os pilotos como Robin Miller tinha. O esporte lá não tem “almas sebosas” como infelizmente aqui acontece, a três por dois. Ele era brilhante. Fará muita falta.

#RIP