A Mil por Hora
FIA GT Series

O “efeito Cacá”

RIO DE JANEIRO – Eu relutei um bocado antes de abrir este novo post e escrevê-lo, tentar desenvolver o meu ponto de vista a respeito do assunto que vou comentar. Como diz o locutor e amigo Teo José no twitter, “segura o dedo… segura o dedo…”. Só que eu não vou segurar, não. De saída, vou […]

RIO DE JANEIRO – Eu relutei um bocado antes de abrir este novo post e escrevê-lo, tentar desenvolver o meu ponto de vista a respeito do assunto que vou comentar. Como diz o locutor e amigo Teo José no twitter, “segura o dedo… segura o dedo…”. Só que eu não vou segurar, não.

De saída, vou esclarecer um negócio: nada do que vai ser escrito aqui é movido a ressentimento ou mágoa. Como vou ter ressentimento por uma emissora de televisão que me deu uma oportunidade e tanto, e trabalhar nela por nove anos? Mágoa? Até tenho, de uma meia dúzia de três ou quatro, que não tem a menor relevância na minha vida profissional. São pessoas que nunca sentaram numa ilha de edição, não sabem nunca da dificuldade de editar um programa e também de fazer uma transmissão de automobilismo com qualidade. Gente que adora ter muitos outros à sua volta, puxando saco e fazendo média. Me desculpem, mas sou sincero demais para ser “vaselina” de gente que não merece o menor respeito e consideração.

Enfim… vamos em frente: o que me move a escrever isto é a notícia que li hoje no site do FIA GT Series, de que a categoria terá transmissão para o Brasil. Tenham dúvidas de que não é apenas e exclusivamente pelo fato de oito pilotos do país terem sido confirmados para o campeonato e muito menos pela participação do BMW Team Brasil. Eu sei, você sabe, leitor, todos nós sabemos quem é que influencia nesta situação. É o peso de um sobrenome que já falou alto quando a Stock Car mudou de emissora e agora atua pesado com relação ao certame internacional de Grã-Turismo.

É engraçado isso… o FIA GT já teve brasileiros em outras oportunidades e dois deles, aliás, foram campeões. Ricardo Zonta levou o título em 1998 e Jaime Melo faturou o caneco em 2006, na divisão GT2 – cujas corridas, aliás, tive a honra e o orgulho de narrar no finado e saudoso Grid Motor. Agora, do nada, a categoria passa a ter uma “grande cobertura” no Brasil, como eu li no próprio site do FIA GT Series? Ah vá…

Por outro lado, acho interessante que as corridas sejam transmitidas ao vivo e que o público brasileiro tenha conhecimento de mais um campeonato interessante, com a presença de pilotos de bom nível. E com carros de verdade, parecidos inclusive com os do Brasileiro de Gran Turismo que o BMW Team Brasil integrou no ano passado.

O que eu questiono, através deste post, é o seguinte: por que de uma hora pra outra um campeonato passa a ser interessante para uma emissora que nunca lhe deu a devida atenção? É o que chamo de “efeito Cacá”.

Ou será que, de fato, existe um interesse comercial nas transmissões do FIA GT Series por aqui?

Cartas para a redação.