A perda prematura de Moco abalou profundamente um homem tido como frio e calculista: ninguém menos que Bernie Ecclestone, que acreditava em seu potencial e tinha certeza que o brasileiro seria campeão a bordo de um de seus carros. A tristeza do dirigente, genuína como poucas vezes se viu ao longo de sua trajetória como o homem mais poderoso da Fórmula 1, o fez mudar diametralmente suas relações com seus contratados, sem manter nenhuma relação de amizade com eles.
Amizade que, por exemplo, marcou a vida de Pace e durou até o fim da vida, foi a de Marivaldo Fernandes, o “Muriva”, que correu de tudo na vida e dividiu com o amigo a lendária Alfa Romeo P-33 com a qual os dois conquistaram o título brasileiro de automobilismo em 1969, um ano antes de Moco ir para a Europa. Marivaldo, em contrapartida, jamais deixou as pistas do país e se manteve ativo até o ano de 1975, quando venceu corridas na Fórmula Super Vê e também competiu na Fórmula Ford.
É preciso se fazer justiça, nesta data, não só a Moco, como uma saudade. Muita gente, assim como aconteceu no tenebroso fim de semana de San Marino em 1994, esquece do Roland Ratzenberger em detrimento de Ayrton Senna. E durante um bom período da carreira de José Carlos Pace, não se pode deixar de dissociar de sua vida como piloto a parceria e a amizade com Marivaldo Fernandes, tragicamente encerrada há mais de três décadas e meia.