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Túnel do Tempo

Direto do túnel do tempo (143)

RIO DE JANEIRO – Luiz Pereira Bueno foi um dos maiores pilotos brasileiros de todos os tempos. E, como tal, merece ser lembrado neste fim de semana de GP do Brasil. Eis o Peroba ‘tocando’ o Surtees TS9B número #23 na sua única aparição oficial com um Fórmula 1, na corrida de 1973. Luizinho disputara um ano […]

luizpereirabueno_1973RIO DE JANEIRO – Luiz Pereira Bueno foi um dos maiores pilotos brasileiros de todos os tempos. E, como tal, merece ser lembrado neste fim de semana de GP do Brasil.

Eis o Peroba ‘tocando’ o Surtees TS9B número #23 na sua única aparição oficial com um Fórmula 1, na corrida de 1973. Luizinho disputara um ano antes a etapa extracampeonato com um March 711 – aquele do famoso bico da tábua de passar roupa – alugado pela equipe Hollywood junto a Max Mosley. Na oportunidade, o piloto aproveitou também para registrar o recorde do anel externo do circuito de Interlagos.

Contudo a participação de Luizinho na corrida de 1973 não foi propriamente um mar de rosas. John Surtees, dono do carro e da equipe onde corria José Carlos Pace, o Moco, disse que talvez o piloto não tivesse o “dom” para andar num Fórmula 1. Isto aconteceu porque o brasileiro logo constatou que o carro estava absolutamente inguiável no primeiro contato com o TS9B. Pace sentiu o mesmo quando experimentou o bólido no lugar do compatriota. “Não há condições para ninguém guiá-lo”, disse.

Anos mais tarde, Peroba explicou o ocorrido. “Houve uma montagem apressada e errada do carro. Os mecânicos inverteram a posição de um dos triângulos dianteiros de suspensão e o carro tinha uma medida diferente para cada lado do entre-eixos. O Surtees reconheceu o erro e me pediu mil desculpas.”

Naquele calorento domingo em 11 de fevereiro de 1973, Luizinho largou da 20ª e última posição, com o tempo de 2’42″5. Chegou a ocupar a décima posição pouco após a metade das 40 voltas previstas, mas uma pane elétrica fez com que o piloto se atrasasse. Com a troca da caixa preta, terminou em décimo-segundo lugar, três voltas atrás de Emerson Fittipaldi.

Onde quer que esteja, Luiz Pereira Bueno, receba sempre a nossa admiração.

Há 40 anos, direto do túnel do tempo.