Comparou Lauda, que sobreviveu a horríveis queimaduras recebidas num acidente no GP da Alemanha de 1976, ao heptacampeão mundial que há mais de um mês está hospitalizado sob efeito de sedativos após uma queda de esqui.
“Exclusivo! Primeira foto após sofrer acidente: veja o quão mal ficou Schumi”, diz a manchete. É claro que Niki Lauda, informado sobre a capa e o teor da publicação, não mediu palavras e mandou bala. “É uma publicação sem vergonha e insensível. Me pergunto quem poderia publicar tamanho lixo”, disse o austríaco.
Com 35 anos de existência, a Titanic se orgulha de ter tido 39 capas proibidas nesse período. E eu, francamente, não entendo esse orgulho. Se fosse o pessoal d’O Pasquim, que eram os chamados “heróis da resistência” em tempos de ditadura neste país, esse orgulho seria digno de compreender. Mas o de uma publicação rasteira, medíocre e sensacionalista, não.
Torço para que Niki Lauda processe esses caras. E que Corinna Schumacher, que está segurando uma tremenda barra que é ver o marido lutando pela vida há quase 40 dias, faça o mesmo. A gente pensa que o jornalismo brasileiro vai mal. Mas aí vem essa revista de quinta categoria e mostra que lá na Europa a coisa está feia também.
O que umas editoras não fazem em troca de vendagem…
Há horas em que sinto vergonha da minha profissão. Esta é uma delas.