A Mil por Hora
Fórmula Indy

O caçador

RIO DE JANEIRO – Mais uma 500 Milhas de Indianápolis que entra para a história. Por diversos motivos. Especialmente pelos primeiros e alucinantes três quartos de disputa. Cento e cinquenta das 200 voltas previstas realizadas direto em bandeira verde, algo inédito e histórico. Nas redes sociais, algo me chamou a atenção: a média horária da […]

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A chegada espetacular de mais uma 500 Milhas que entra para a história

RIO DE JANEIRO – Mais uma 500 Milhas de Indianápolis que entra para a história. Por diversos motivos. Especialmente pelos primeiros e alucinantes três quartos de disputa. Cento e cinquenta das 200 voltas previstas realizadas direto em bandeira verde, algo inédito e histórico. Nas redes sociais, algo me chamou a atenção: a média horária da primeira metade da disputa era superior a 213 mph – trocando em miúdos, mais de 340 km/h!

Aí começou a reação em cadeia: Charlie Kimball pôs mais um travo de azedume num fim de semana que a Ganassi vai querer esquecer. Não só pelos problemas no carro de Tony Kanaan, que posteriormente desistiu, como também por outro acidente, desta vez de Scott Dixon. Quando Ryan Briscoe e Sage Karam (este num carro partilhado com a Dreyer & Reinbold) são os únicos do time que terminam, alguma coisa estava fora da ordem.

Os demais incidentes, o primeiro envolvendo o pole Ed Carpenter e o 2º do grid James Hinchcliffe, além de Townsend Bell, este último deflagrando uma bandeira vermelha, impediram que a corrida deste domingo superasse a de 2013 como a mais rápida da história. E foi por muito pouco. As 186.563 mph de média, correspondentes a pouco mais de 300 km/h, não foram capazes de superar o recorde de Tony Kanaan.

Tradição: Hunter-Reay sobe ao Winner Circle e bebe o leite oferecido aos campeões das 500 Milhas

E quis o destino que esse recorde não fosse suplantado nem por um brasileiro e tampouco pelo primeiro estadunidense desde Sam Hornish a vencer a prova. Num final épico, digno de Indianápolis, Ryan Hunter-Reay caçou Hélio Castroneves, que buscava igualar o recorde de triunfos de Rick Mears, AJ Foyt e Al Unser. Numa ultrapassagem sensacional – aliás, RHR cometeu várias ao longo da prova, pois largou em 19º, o piloto do #28 da Andretti Autosport se colocou em posição privilegiada para vencer por apenas 0″060, a segunda menor diferença de todos os tempos.

Entre resignado e inconsolável, Castroneves rendeu-se. “Ele tinha uma marcha mais curta que a minha. E fez uma ultrapassagem incrível, por fora. Achei que não conseguisse”, comentou.

“Realizei um sonho”, disse Hunter-Reay. “Essa pista é a história, literalmente, do automobilismo estadunidense. É onde os pilotos se consagram. Espero que os fãs tenham ficado felizes com essa corrida”, finalizou o piloto campeão da Fórmula Indy em 2012.

Foi um duelo Andretti vs Penske pela vitória, literalmente, pois dos seis primeiros colocados, quatro pilotos eram do time de Michael Andretti e dois, Helinho e Juan Pablo Montoya, da equipe de Roger Penske. Aliás, méritos para o colombiano em seu retorno a Indianápolis. Conseguiu um excelente 5º lugar e liderou por 16 voltas. O segredo foi a autonomia de combustível, que o permitiu turnos de bandeira verde mais extensos que os adversários.

De parabéns: Kurt Busch chega em 6º e promete voltar para tentar o Double Duty em 2015

E Kurt Busch mostrou o que sabe e o que vale. Sua presença atraiu mídia para a Indy 500 e o piloto da Nascar fez um corridão. É bem verdade que seu início foi discreto, com o #26 chegando a andar em vigésimo. Mas o ritmo de prova do Buschão foi excelente. Nunca foi dobrado pelos líderes e, com os abandonos e acidentes à sua frente, dos quais inclusive se livrou com maestria, chegou em 6º lugar e conquistou, com muitas sobras, o título de Rookie of the year das 500 Milhas.

Registre-se aliás que nenhum dos novatos se envolveu em grandes problemas ao longo das 200 voltas. Por sinal, os sete receberam a quadriculada e além do Buschão, o já citado Sage Karam fez também uma corrida bastante interessante, terminando em nono lugar.