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Escárnio

RIO DE JANEIRO – Sem o Autódromo de Jacarepaguá e muito menos um substituto, já que ninguém acena com a possibilidade da construção de outro num futuro próximo, o Rio de Janeiro – mais precisamente a Barra da Tijuca – voltou a ser o paraíso para os que preferem se aventurar no perigoso mundo dos […]

RIO DE JANEIRO – Sem o Autódromo de Jacarepaguá e muito menos um substituto, já que ninguém acena com a possibilidade da construção de outro num futuro próximo, o Rio de Janeiro – mais precisamente a Barra da Tijuca – voltou a ser o paraíso para os que preferem se aventurar no perigoso mundo dos “rachas”.

Os “rachadores” se reúnem na Av. das Américas, após o Terminal Alvorada, no trecho em que será construído outro descalabro do “legado olímpico” – o campo de golfe para a estreia da modalidade esportiva na Rio 2016. Perto dali, existe o condomínio Riserva Uno, em que moradores têm que esperar uma sinalização dos próprios “rachadores” para poder acessar a via.

A fauna de participantes dos pegas – que acontecem depois das 23h, com frequência quase diária –  mistura de tudo: playboys, fortões de academia, filhos de bicheiros e até atores. Não raro, são vistos dirigindo embriagados. Alguns, dizem, até drogados. E as velocidades são alucinantes, superiores a 200 km/h, numa imitação barata de Nelson Piquet, Emerson Fittipaldi e Ayrton Senna – e no limite do risco. Cabe lembrar que hoje a Av. das Américas é sinalizada e ainda por cima há várias estações de BRT em seu transcurso.

Incrível como até agora não houve um acidente grave. Incrível a cara de pau dessas pessoas. Incrível que a polícia não tome uma atitude e que ninguém se pronuncie a respeito de um substituto para Jacarepaguá, também. Um completo escárnio.

Quem denunciou a existência dos rachadores foi a reportagem de Alessandro LoBianco, n’O Globo. Você pode acessá-la aqui.