A Mil por Hora
Mi Buenos Aires Querido

Mi Buenos Aires Querido…

RIO DE JANEIRO – Segunda-feira passada foi o último dos cinco dias em que estive em Buenos Aires, capital da Argentina. E foi um dia que me reservou, sem que eu soubesse, uma surpresa das grandes. No domingo à noite, coincidentemente, passávamos pela Lavalle, não muito longe da Suipacha, onde eu e minha mulher ficamos […]

RIO DE JANEIRO – Segunda-feira passada foi o último dos cinco dias em que estive em Buenos Aires, capital da Argentina. E foi um dia que me reservou, sem que eu soubesse, uma surpresa das grandes.

No domingo à noite, coincidentemente, passávamos pela Lavalle, não muito longe da Suipacha, onde eu e minha mulher ficamos hospedados. E vimos ali naquela rua um restaurante que nos chamou a atenção: La Estancia, chamado de Asador Criollo, com a carne assada no autêntico fogo de chão. Carne de vaca, de porco e o que mais vocês puderem imaginar de saboroso na cozinha local.

Muito bem: naquele mesmo domingo e ali no cruzamento de Lavalle com Suipacha aconteceu o único momento desagradável da viagem. Gleice teve o passaporte furtado por um “mão leve” e o passaporte tinha pesos e reais. Ela levou um tranco nas costas de um sujeito com pinta de índio, talvez boliviano ou peruano. Com filhos de colo, inclusive. Ela tem certeza que foi ele, com a ajuda do filho mais velho, que a roubou.

Vida que segue… no dia seguinte, feriado em Buenos Aires, tivemos que recorrer ao Consulado Brasileiro, também não muito longe do hotel, para conseguir a autorização de regresso da Gleice. Não demorou muito, pois já tínhamos o boletim de ocorrência do furto na polícia e em menos de meia hora saímos com a ARB embaixo do braço. Após uma pausa breve para um cappuccino, fomos para a mesma Lavalle ver se encontrávamos o passaporte. Nada feito.

Voltamos ao hotel e de lá saímos para almoçar. E decidimos ir no tal do La Estancia, na fatídica Lavalle do furto. Comemos um bife de chorizo espetacular com ensalada de palmitos, acompanhada de Pepsi – exageramos na dose de cervejas Quilmes, Stella Artois, Schneider, Patagonia e Warsteiner ao longo de todos os dias anteriores – e após o lauto almoço, quando Gleice precisou ir ao toilette, ela me volta com a surpresa.

“Rodrigo, tem fotos de pilotos de Fórmula 1 que estiveram aqui no restaurante!”

E tinha mesmo! Era da época dos anos 70/80 em que o GP da Argentina abria a temporada da categoria. Nosso garçom, um veterano da casa, alto, cabelo grisalho, cara séria e com um senso de humor sacana (principalmente contra nós, brasileiros), confirmou. A casa recebeu Gilles Villeneuve, Jody Scheckter, Niki Lauda, Jacques Laffite, Didier Pironi, Ken Tyrrell, Patrick Depailler, Ronnie Peterson, Keke Rosberg, Emerson e Wilsinho Fittipaldi.

Fechei minha primeira viagem à capital argentina com chave de ouro. Não é todo dia que se come no mesmo restaurante que recebeu, um dia, astros do automobilismo do naipe destes que citei aqui acima.