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Automobilismo Nacional

Esperar?

RIO DE JANEIRO – Estava ausente quando o comunicado abaixo chegou à minha caixa postal de e-mails, mas sei que muitos colegas de profissão o receberam, porque tomei conhecimento do fato pelas redes sociais (Facebook e Twitter, principalmente). Vou reproduzir ipsis litteris a nota da CBA sobre o cancelamento da Brasília Indy 300. CBA lamenta […]

RIO DE JANEIRO – Estava ausente quando o comunicado abaixo chegou à minha caixa postal de e-mails, mas sei que muitos colegas de profissão o receberam, porque tomei conhecimento do fato pelas redes sociais (Facebook e Twitter, principalmente). Vou reproduzir ipsis litteris a nota da CBA sobre o cancelamento da Brasília Indy 300.

CBA lamenta cancelamento da etapa da Fórmula Indy em Brasília

Categoria norte-americana consagrou vários pilotos brasileiros

Rio de Janeiro, 30 de janeiro de 2015 – A Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) lamenta o cancelamento da etapa de abertura da temporada de 2015 da Fórmula Indy, marcada para dia oito de março em Brasília (DF). A impossibilidade da realização da Brasília Indy 300 foi comunicada pela Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) no início da noite desta quinta-feira à Rede Bandeirantes de Televisão, promotora do evento. A CBA espera que, mesmo com o cancelamento da etapa da Fórmula Indy, a reforma já iniciada no autódromo Nelson Piquet tenha continuidade.

“Desde o final dos anos 1980, a Fórmula Indy se tornou um celeiro de pilotos brasileiros e grandes conquistas para o Brasil. Sem dúvida estamos perdendo a chance de ver um grande evento no Brasil”, lamenta o presidente da CBA, Cleyton Pinteiro.

Os pilotos brasileiros venceram em cinco oportunidades o campeonato da Fórmula Indy em suas diversas fases, além de conquistarem em sete oportunidades a vitória nas 500 Milhas de Indianápolis, uma das principais provas do automobilismo mundial.

Isto posto, algumas considerações:

Notaram as últimas linhas do primeiro parágrafo da nota? “A CBA espera que (…) a reforma já iniciada tenha continuidade”.

Meus caros leitores, é a mesma CBA cujo presidente prometeu – e estou esperando até hoje a promessa, porque ouvi sua declaração in loco – se “acorrentar” ao portão 7 do Autódromo de Jacarepaguá e ‘impedir’ a destruição do mesmo. O que, todos sabemos, não aconteceu. Jacarepaguá não existe mais.

Agora a entidade diz que “espera pela reforma de Brasília”? Francamente!

Sei que ela nada tem a ver com a questão do cancelamento, que por sinal trouxe a sujeira envolvendo a negociação do governo do Distrito Federal com a emissora que detém os direitos de transmissão da Fórmula Indy à tona, revelada por despacho do Ministério Público. Mas a conhecida inoperância em relação a Jacarepaguá poderá novamente dar as caras no que tange a Brasília.

E de “esperar” já estamos cheios. A CBA não percebe que o automobilismo brasileiro respira por aparelhos? Que uma pista foi destruída, outra está a caminho e há riscos de mais autódromos serem desapropriados?

O esporte precisa urgente de uma reformulação radical em sua estrutura neste país.

Sob pena de ser irremediavelmente extinto.