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Automobilismo Internacional

12 Horas de Bathurst: Nissan “Godzilla” no topo da montanha

RIO DE JANEIRO – Guardem bem estes nomes: Wolfgang Reip, Florian Strauss e Katsumasa Chiyo. Estes três fizeram história. E a Nissan vence pela primeira vez no lendário circuito de Mount Panorama em 23 anos, após os triunfos do início dos anos 90. As 12 Horas de Bathurst foram emocionantes do início ao fim e […]

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Uma vitória para não se esquecer tão cedo: os garotos da Nissan Florian Strauss/Wolfgang Reip/Katsumasa Chiyo, mais do que o triunfo nas 12h de Bathurst, numa das mais difíceis pistas do mundo, ganharam o respeito dos seus rivais

RIO DE JANEIRO – Guardem bem estes nomes: Wolfgang Reip, Florian Strauss e Katsumasa Chiyo. Estes três fizeram história. E a Nissan vence pela primeira vez no lendário circuito de Mount Panorama em 23 anos, após os triunfos do início dos anos 90. As 12 Horas de Bathurst foram emocionantes do início ao fim e marcaram um triunfo histórico por muitos motivos.

Primeiro, porque um carro inscrito na subdivisão A-AM vence pela primeira vez a corrida australiana. Segundo, porque Florian Strauss e Wolfgang Reip, nunca é demais lembrar, foram recrutados pelo programa Nissan Driver GT Academy, através da parceria com a PlayStation para o jogo Grã-Turismo. Do videogame e suas pistas virtuais para as de verdade, seus troféus, cheiro de gasolina e pneu queimado. Uma conquista que o belga e o alemão jamais esquecerão.

Muito menos Katsumasa Chiyo, o homem que arrebentou nos instantes finais, destruindo prognósticos e jogando por terra os sonhos de Bentley e Audi de vencer a corrida, após diversas entradas de Safety Car que favoreceram o carro #10 da M-Sport e o #15 da Phoenix Racing, porque com tantas bandeiras amarelas, puderam salvar combustível e chegar ao fim sem visitar os boxes para um indesejável splash & go. Com seu “Godzilla” mais inteiro e toda a potência do motor à sua disposição, o japonês avançou feito um Samurai e superou não só o pole position Laurens Vanthoor como também ao britânico Matt Bell, que vinha no comando da disputa perto do seu final.

Para a Bentley, a última volta foi ainda mais frustrante: na disputa direta com Vanthoor e o Aston Martin de Stefan Mücke, um contato tirou o #10 de ação e o carro do construtor britânico chegou mesmo em quarto, atrás do Audi R8 LMS Ultra #15 de Laurens Vanthoor/Marco Mapelli/Markus Winkelhock e do Aston Martin de Stefan Mücke/Darryl O’Young/Alex MacDowall.

Para culminar, as dez primeiras posições tiveram nada menos que sete construtores diferentes. O Mercedes #36 de Jack LeBrocq/Richard Muscat/Dean Canto completou os cinco que terminaram na mesma volta. A Ferrari da Vicious Rumour Racing, guiada por Renato Loberto/Andrea Montermini/Benny Simonsen superou todos os problemas enfrentados na classificação para completar a disputa em 6º, logo à frente do Lamborghini de Roger Lago/Steve Owen/David Russell. Quase houve uma oitava marca no top 10, mas o Porsche de Patrick Long/Chris Pither/David Calvert-Jones chegou em 11º lugar.

A edição 2015 das 12 Horas de Bathurst foi pródiga em penalizações por má interpretação do regulamento do evento e em muitas entradas do Safety Car. Foram 20 ao todo, prejudicando o bom andamento da disputa, sem deixar de ser fundamentais nas estratégias das equipes, reduzindo o total de voltas percorridas em relação a 2014. Ano passado, a corrida terminou com 296 voltas – neste ano, foram 269. Mas é bom lembrar que havia mais inscritos nesta corrida do que na última.

A corrida registrou alguns acidentes, e o mais assustador de todos aconteceu quando o Marc Mazda V8 #91 guiado pelo holandês Ivo Breukers levou um totó do Audi #16 então conduzido pelo austríaco Felix Baumgartner, aquele mesmo que se jogou do espaço. O contato mandou o carro de Breukers para a barreira e foi uma senhora porrada. O carro ficou totalmente destruído do lado direito, mas o piloto nada sofreu.

Os cangurus deram o ar da graça em Bathurst e provocaram acidentes e bandeiras amarelas…

Também os cangurus deram o ar da graça e, tal como no ano passado, um deles tirou de esquadro um dos 50 carros que deram a largada às 5h50 da manhã deste domingo na Austrália, ainda com temperatura mais baixa e faróis ligados. A BMW #42 de Andrew Gilbertson pegou um marsupial pela proa, o carro foi arrebentado e ficou de fora da disputa logo na quinta volta.

Nas demais categorias, o 15º lugar ao fim da prova deu a vitória na divisão Invitational ao Marc Focus V8 #93 guiado por Garry Jacobson/Ben Gersekowski/Adam Gowans. O Porsche 997 GT3 Cup #47 da Supabarn Supermarkets completou a prova em décimo-sexto, vencendo na classe B. O carro foi guiado pelos irmãos James e Theo Kondouris, além do ex-piloto de ChampCar Marcus Marshall e de Sam Power.

Sem nenhuma oposição, o Lotus Exige Cup R #54 da Donut King foi absoluto na classe C, levando a vitória com Tony Alford/Mark O’Connor/Peter Leemhuis. Eles fecharam a prova em 24º na geral, com quatro voltas a mais sobre o Aston Martin Vantage GT4 que chegou em segundo no grupo. Por fim, na classe D, o #23 de Robert Thomson/John Modystach/Beric Lynton levou a melhor sobre os demais competidores na pista.

Ao final, 34 carros receberam a quadriculada.

O resultado final das 12 Horas de Bathurst está aqui