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Direto do túnel do tempo (267)

[bannergoogle] RIO DE JANEIRO – A Mercedes-Benz, atual dominadora da Fórmula 1, não disputa as 24h de Le Mans desde 1999. Naquele ano, duas experiências traumáticas deixaram feridas até hoje mal cicatrizadas na relação entre a marca da estrela de três pontas e o circuito de Sarthe – não bastasse o trágico acidente de Pierre […]

[bannergoogle] RIO DE JANEIRO – A Mercedes-Benz, atual dominadora da Fórmula 1, não disputa as 24h de Le Mans desde 1999. Naquele ano, duas experiências traumáticas deixaram feridas até hoje mal cicatrizadas na relação entre a marca da estrela de três pontas e o circuito de Sarthe – não bastasse o trágico acidente de Pierre Levegh na prova de 1955, no qual o piloto francês foi atirado de encontro às arquibancadas, matando mais de 80 pessoas, incluindo ele próprio.

Após o abandono duplo do CLK-GTR LM (que ganharia o FIA GT com o brasileiro Ricardo Zonta) em 1998, por absoluta fragilidade do carro, os engenheiros da Mercedes conceberam o modelo CLR para tentar a vitória na prova de 1999. Com motor 5,7 litros V8, o carro foi submetido a dezenas de baterias de testes, incluindo treinos de resistência e de eficiência aerodinâmica. Até em ovais como o California Speeway, em Fontana, os alemães andaram para poder entender melhor o conceito do bólido, inscrito na divisão GTP.

Nos treinos, tudo correu ok com os três carros inscritos. O #6 de Pedro Lamy/Bernd Schneider/Franck Lagorce alcançou o 4º lugar do grid. O #5 de Peter Dumbreck/Nick Heidfeld/Christophe Bouchut ficou em sétimo e o #4 de Jean-Marc Gounon/Marcel Tiemann/Mark Webber largaria da décima colocação.

O warm-up, treino de aquecimento realizado na manhã da corrida, marcou o início do calvário do Mercedes-Benz CLR. Em meio a um pelotão de carros, no fim do retão Les Hunaudières, Mark Webber pegou um colchão de ar provocado pelo vácuo de outro carro e capotou espetacularmente. O carro foi destruído e o trio do #4 não pôde largar.

O temor de que uma capotagem se repetisse na corrida, provocando talvez uma nova tragédia envolvendo a marca alemã se confirmou na altura da 75ª volta, quando os carros estavam perto de completar um quarto da disputa. O britânico Peter Dumbreck vinha bem próximo a um dos Toyota GT-One quando foi vítima da mesma falha aerodinâmica que provocou o voo de Webber. Só que, para seu azar, o carro caiu fora da pista, em meio às árvores.

Felizmente o piloto nada sofreu, exceto o susto. E o carro #6, o único que restava, foi retirado da disputa por precaução.

Há 16 anos, direto do túnel do tempo.