A Mil por Hora
Fórmula 1

Fim do sofrimento

RIO DE JANEIRO – Estava eu em Itaipuaçu na noite de sexta-feira, curtindo um momento de folga, ouvindo música e bebericando uma gelada, além de curtir um petisco, quando numa postagem do Facebook fiquei sabendo da morte do piloto de Fórmula 1 Jules Bianchi, a primeira de um representante da categoria desde Ayrton Senna em […]

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Jules Bianchi (1989-2015): finalmente, o piloto francês pode descansar em paz

RIO DE JANEIRO – Estava eu em Itaipuaçu na noite de sexta-feira, curtindo um momento de folga, ouvindo música e bebericando uma gelada, além de curtir um petisco, quando numa postagem do Facebook fiquei sabendo da morte do piloto de Fórmula 1 Jules Bianchi, a primeira de um representante da categoria desde Ayrton Senna em San Marino, 1994.

É o fim de um sofrimento que perdurava nos últimos nove meses, desde o acidente chocante no GP do Japão do ano passado, causado não só pelas más condições do tempo como também pela irresponsabilidade de se manobrar um tratorzinho num ponto complicado do circuito de Suzuka, após o acidente de Adrian Sutil, então piloto da Sauber. Uma luta que infelizmente Jules não conseguiu vencer, mesmo tão jovem. A curta carreira do piloto de apenas 25 anos, nascido em Nice, terminou com 34 GPs disputados e um histórico 9º lugar no GP de Mônaco do ano passado, a bordo do incipiente carro da Marussia.

A família tem, infelizmente, histórico de tragédias no automobilismo. O tio de Jules, Lucien Bianchi, antigo piloto belga que teve uma passagem irregular pela categoria máxima entre 1960 e 1968 (ano em que foi campeão das 24h de Le Mans ao lado de Pedro Rodriguez, a bordo do lendário modelo Ford GT40), morreu aos 34 anos de idade em 1969, durante um acidente a bordo de um Esporte-Protótipo da Alfa Romeo, quando se preparava para a disputa das 24h de Le Mans daquele ano.

Jules resistiu de forma heroica o quanto pôde. É bem possível que a família do piloto francês tenha se entregado à impossibilidade de vê-lo vendendo saúde como quando correu e venceu nas categorias inferiores, antes da F1. E que tenha mandado desligar os aparelhos que mantinham Bianchi vivo depois da tragédia de Suzuka.

É a 47ª morte da história da categoria desde 1950. Passamos 21 anos sem que alguém se sacrificasse pela segurança nos autódromos. Que a morte de Jules sirva, mais uma vez, de lição aos que têm nos olhos o cifrão.

Acompanhe no Grande Prêmio a cobertura completa da morte de Jules Bianchi.