A Mil por Hora
Fórmula Indy

O bom cabrito não berra, é campeão

RIO DE JANEIRO – Acabou a temporada 2015 da Fórmula Indy. Rápida demais para o gosto de todo mundo. Afinal, hoje é 31 de agosto e ainda tem muito mês pela frente para que o ano acabe. Mas os ianques assim quiseram e o campeonato foi decidido em Sonoma, na Califórnia. Não assisti a corrida […]

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Pose com o caneco na mão: Scott Dixon, campeão da Indy pela quarta vez

RIO DE JANEIRO – Acabou a temporada 2015 da Fórmula Indy. Rápida demais para o gosto de todo mundo. Afinal, hoje é 31 de agosto e ainda tem muito mês pela frente para que o ano acabe. Mas os ianques assim quiseram e o campeonato foi decidido em Sonoma, na Califórnia.

Não assisti a corrida ainda. Fui aproveitar o resto do domingo pegando uma praia com minha mulher e a família dela. O que sei foi o que li no Grande Prêmio, é claro: Scott Dixon campeão, empatado em pontos com Juan Pablo Montoya, numa virada sensacional do neozelandês. Enquanto todos falavam no colombiano da Penske, em Graham Rahal e até em Josef Newgarden, o piloto da Ganassi fez o papel do bom cabrito que não berra.

Ao vencer a última prova do ano, com pontuação dobrada, Scott chegou aos mesmos 556 pontos de Montoyucho, que terminou em 6º com o carro da Penske. O sul-americano perdeu em número de vitórias (três, contra duas) e também a linha. Desqualificou o título de Dixon com uma atitude infeliz e mal-educada contra o adversário.

“Dixon teve uma temporada de merda, aí faz uma corrida boa e somos nós que pagamos o pato. É justo? Não, mas eu já fui para a corrida final sabendo disso. Não concordo com a ideia, mas faz parte, é assim que eles gostam”, completou.

Engraçada a declaração do colombiano. Deve ter se esquecido que em 1999, quando levou o título da CART em sua primeira temporada na categoria, terminou empatado em pontos com Dario Franchitti, ganhando também por ter quatro vitórias a mais que o escocês. Não havia pontuação dobrada, é verdade. Mas eu não lembro de declarações que desqualificassem Dario ou desmerecessem o trabalho do rival. E vice-versa. Afinal, Franchitti é um lorde.

Depois, o próprio Montoya resignou-se também com os erros e problemas que lhe custaram o título. “Nós jogamos o campeonato fora”, disse.

Mau perdedor, o colombiano deveria ter levado em consideração o histórico de Dixon na Indy. Com três títulos conquistados em 2003, 2008 e 2013, o rival da Ganassi jamais deveria ser posto como carta fora do baralho. Definitivamente ele o era, porque sua campanha, se não foi “uma merda”, esteve abaixo dos padrões dele e da equipe. Mas aí o neozelandês, quieto no seu canto, riu por último.

O bom cabrito, caros leitores, não berra. É campeão. Simples assim.

Quanto aos pilotos brasileiros, infelizmente foi um ano sem vitórias. Hélio Castroneves ainda conquistou cinco pódios e terminou em 5º lugar com 453 pontos. Tony Kanaan ficou três vezes entre os três primeiros e fechou o certame em 8º com os mesmos 431 pontos de Josef Newgarden, que venceu duas corridas nesta temporada.