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Túnel do Tempo

Direto do túnel do tempo (289)

RIO DE JANEIRO – No dia de ontem, completou-se 37 anos desde a morte trágica de Bengt Ronald Peterson, que todos nós do automobilismo conhecemos como Ronnie Peterson. O Sueco Voador, talvez o mais espetacular piloto de sua época, era um dos mais queridos pelos torcedores e o acidente que sofreu no GP da Itália […]

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RIO DE JANEIRO – No dia de ontem, completou-se 37 anos desde a morte trágica de Bengt Ronald Peterson, que todos nós do automobilismo conhecemos como Ronnie Peterson. O Sueco Voador, talvez o mais espetacular piloto de sua época, era um dos mais queridos pelos torcedores e o acidente que sofreu no GP da Itália de 1978 foi muito doído. Peterson tinha assinado contrato com a McLaren para a temporada seguinte e seria o sucessor de James Hunt, um dos envolvidos na batida em que o Lotus 78 do nórdico explodiu num guard-rail a mais de 250 km/h.

Peterson disputou 123 GPs e ganhou dez deles. Algumas de suas vitórias foram épicas e em Monza, aliás, ele venceu três vezes. Talvez a maior de todas as suas conquistas tenha acontecido a bordo do carro que ilustra este post, justamente num dia 12 de setembro, vulgo hoje. Até porque, inclusive, poucos pilotos venceram com os March na Fórmula 1. Três ao todo: Jackie Stewart, Vittorio Brambilla e… Ronnie Peterson.

Ele estava completamente desacreditado na categoria no início do campeonato de 1976. O Lotus 77, nova aposta de Colin Chapman, começara muito mal o ano e o sueco batera com Mario Andretti na corrida inaugural, o GP do Brasil, em Interlagos. Antes da corrida da África do Sul, Ronnie desentendeu-se com Colin Chapman e pediu para ir embora. Para não ficar sem correr, arrumou uma vaga na March, que dispensara a italiana Lella Lombardi.

O March 761 era tido como um carro “difícil”, mas Ronnie fazia o possível e o impossível a bordo dele, sempre pilotando no limite, fio da navalha total. Conseguiu boas classificações de largada, especialmente em Long Beach, Monte-Carlo, Paul Ricard e Zeltweg, onde inclusive chegou a liderar por oito voltas e acabou em 6º.

Aí, surpresa: Peterson emplacou uma improvável pole position em Zandvoort para o GP da Holanda, liderando novamente por 11 voltas. Mas na Itália, o piloto do March #10 foi soberano. Mesmo largando em oitavo, o sueco passou em quarto na primeira volta e logo assumiu a ponta para não mais perdê-la. Monza era território conhecido, não tinha como o sueco cometer erros. E não os cometeu, na vitória mais surpreendente que o circuito italiano conheceu antes do triunfo de Sebastian Vettel com a Toro Rosso.

Mais do que ganhar em Monza e recuperar o respeito e a auto-estima, Peterson garantiu uma vaga para a Tyrrell em 1977. O que ele não poderia prever é que sua trajetória com o P34 não seria das melhores.

Há 39 anos, direto do túnel do tempo.