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Fórmula 1

Aqui me tens de regresso

RIO DE JANEIRO – A quinta-feira acaba de trazer uma notícia que há muito tempo era comentada, mas agora é oficial: a Renault assume o controle da Lotus e volta à Fórmula 1 como construtora, pela terceira vez em sua história. Final feliz para uma novela que se arrastou durante um bom tempo e que […]

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Os amarelos estão de volta pela terceira vez à F1: a Renault fechou acordo com a Lotus para deter o controle do time sediado em Enstone (Foto: Getty Images/Reprodução Grande Prêmio)

RIO DE JANEIRO – A quinta-feira acaba de trazer uma notícia que há muito tempo era comentada, mas agora é oficial: a Renault assume o controle da Lotus e volta à Fórmula 1 como construtora, pela terceira vez em sua história. Final feliz para uma novela que se arrastou durante um bom tempo e que só acabou porque a cúpula da montadora francesa, tendo no comando o brasileiro Carlos Ghosn, fechou um acordo com Bernie Ecclestone e a FOM por conta da distribuição de dinheiro para a equipe.

O envolvimento da Régie com a categoria não é nenhuma novidade, como a gente que acompanha automobilismo sabe muito bem. Começou com o histórico programa Turbo em meados dos anos de 1970, estreando no GP da Inglaterra de 1977, em Silverstone, com Jean-Pierre Jabouille. Até 1985, os franceses seguiram como equipe na categoria, sem contudo conquistar nenhum título de Construtores, tampouco fazer qualquer um de seus pilotos campeão. Ironicamente, a Lotus era uma de suas clientes em 1986, ano em que a Renault deixou a F1 pela primeira vez, para voltar em 1989 quando mudou o regulamento para motores aspirados, fornecendo uma então inédita unidade V10 para a Williams.

Foi o período mais profícuo da Renault, que foi o principal construtor de motores entre 1992 e 1997, sempre com o time de Grove. Até que a brincadeira acabou novamente e os franceses voltariam ao papel de equipe, utilizando o espólio da Benetton – curiosamente, a mesma fábrica de Enstone que a marca do losango volta a trabalhar a partir deste fim de ano, planejando 2016. Aí como equipe finalmente a Renault foi campeã do mundo no binômio 2005/2006, graças a Fernando Alonso. O time existiu até 2011 e desde então a Lotus vinha ocupando a vaga que era dos gauleses.

Para a Lotus, que vinha às voltas com problemas financeiros, foi a salvaguarda necessária para pôr um fim ao panorama que se avizinhava duro no horizonte. E a Renault, além de ter sua própria escuderia, ajuda também a F1 a se manter viva e com onze times pois, mesmo não fornecendo motores oficialmente para ninguém, acabou com a briguinha de comadres entre ela e a Red Bull, que já buscou uma saída (leia-se TAG Heuer, através da Ilmor) não só para si como para a filial Toro Rosso, que volta a receber motores Ferrari no próximo ano.

Com 300 GPs exatos no currículo histórico, a Renault conquistou 35 vitórias, 51 pole positions, 31 recordes de volta em prova, 100 pódios e duas dobradinhas. Mas muita gente aposta que com Pastor Maldonado e o estreante Jolyon Palmer, a equipe não irá a lugar nenhum em 2016.