A Mil por Hora
Mundial de Endurance

Sayonara, Nissan!

RIO DE JANEIRO – Depois da vergonha que foi o regresso da montadora às 24h de Le Mans deste ano após tantos anos, até poderia se prever o pior. Mas não tão depressa: antes mesmo do fim de 2015, a Nissan diz adeus ao Campeonato Mundial de Endurance (FIA WEC) e ao ambicioso projeto do […]

2015611234715_nissan-21_O
Fim da linha: durou menos de um ano o projeto do Nissan GT-R LM Nismo para o WEC e Le Mans

RIO DE JANEIRO – Depois da vergonha que foi o regresso da montadora às 24h de Le Mans deste ano após tantos anos, até poderia se prever o pior. Mas não tão depressa: antes mesmo do fim de 2015, a Nissan diz adeus ao Campeonato Mundial de Endurance (FIA WEC) e ao ambicioso projeto do GT-R LM Nismo LMP1 de motor dianteiro.

Nem a decisão de trocar as provas restantes do campeonato após Sarthe por testes de desenvolvimento – muito menos as novidades propostas após a troca de comando do programa do WEC, em que Ben Bowlby e Darren Cox caíram fora para entrar Michael Carcamo – foram capazes de trazer um mínimo de confiança do board da montadora, cujo comandante é o brasileiro Carlos Ghosn.

Já me perguntaram se a decisão do fim do programa da Nissan no Mundial de Endurance tem a ver com a volta da Renault ao universo da Fórmula 1 e eu respondi que não. Se fosse assim, os nipônicos teriam que desistir de absolutamente tudo no esporte, incluindo o Super GT – do qual foram campeões neste ano em todas as categorias – e o Blancpain Endurance Series, onde igualmente triunfaram.

Uma pena que um projeto tão inovador tenha sido conduzido de forma tão pretensiosa (o que incluiu um comercial no intervalo do Superbowl – a decisão da NFL – que custou US$ 15 milhões, é bom lembrar) e tão pouco produtiva no sentido de resultados. A Nissan deixa livres no mercado excelentes profissionais de engenharia e alguns bons pilotos, como o britânico Harry Tincknell. E de repente foi bom negócio para Nelsinho Piquet e Bruno Junqueira não embarcarem no que desde Sarthe já se antevia tremenda canoa furada, após os testes no NOLA Motorsport Park – inclusive em que o carro sequer andou com sistema híbrido – como já não o fizera em Sarthe.

E soa irônico que o slogan da montadora seja “Innovation That Excites”. A inovação, neste caso, deu ruim.