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Fórmula 1

Deu ruim

RIO DE JANEIRO – Deu na Autosport britânica: os dias do venezuelano Pastor Maldonado na Fórmula 1 podem estar contados. A Renault, que absorveu a estrutura da Lotus para a temporada deste ano, não teria entrado em acordo com a PDVSA, patrocinadora do tresloucado piloto. Assim, o caminho estaria aberto para Kevin Magnussen, dispensado pela […]

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RIO DE JANEIRO – Deu na Autosport britânica: os dias do venezuelano Pastor Maldonado na Fórmula 1 podem estar contados. A Renault, que absorveu a estrutura da Lotus para a temporada deste ano, não teria entrado em acordo com a PDVSA, patrocinadora do tresloucado piloto.

Assim, o caminho estaria aberto para Kevin Magnussen, dispensado pela McLaren – e que treinou com um protótipo Porsche 919 Hybrid LMP1 do WEC, no fim do ano passado – substituir Pastor na Régie em 2016 e formar a dupla com Jolyon Palmer – que não está ameaçado de perder sua vaga. O anúncio seria feito no próximo dia 3, quando a Renault divulga seu estafe e os planos de trabalho para o campeonato deste ano.

Maldonado, que venceu uma corrida na categoria (GP da Espanha, em 2012), disputou 95 GPs por Williams e Lotus. Além de ganhar a pecha de piloto trapalhão  – também pudera, se envolveu em 13 acidentes nas 32 provas que abandonou, tem a antipatia de muita gente pelos milhões de dólares despejados pela PDVSA, que pagou sua carreira desde que o piloto despontou na antiga World Series by Renault. Em suma: um pay driver, aquele que paga para correr. E isso rendeu até um debate nas redes sociais, hoje.

Mas em tempos bicudos, infelizmente os pay drivers são hoje um mal necessário para o automobilismo. Muitos deles sustentam equipes inteiras e até há subdivisões de categorias em que os pilotos menos graduados têm chance de competir. E esse negócio de piloto pagante existe desde que o mundo é mundo. Claro que em tempos idos, o esporte era bem mais barato e por qualquer US$ 10 mil um bom piloto alugava um carro de Fórmula 1 e tinha a oportunidade de guiar um bólido da categoria máxima. Longe de mim defender o venezuelano, mas Maldonado – principalmente no Brasil – paga o pato porque existe uma rejeição à filosofia chavista de governo, que não só incentivou Pastor como também a uma dezena de outros nomes do país, hoje sem chances no esporte justamente porque a fonte teria secado.

Dinheiro não compra talento mas, às vezes, talento vem acompanhado de alguma graninha. Não se iludam: Nelson Piquet, no início de carreira na Brabham, foi pay driver. Só assinou seu primeiro contrato, ganhando bem, em 1981. E até Michael Schumacher teve sua vaga para guiar na Jordan comprada – por US$ 300 mil, dizem – pela Mercedes-Benz, marca que o alemão defendia no World Sportscar Championship.

Ah… e alguém reclamou quando Satoru Nakajima levou os motores Honda para Ayrton Senna correr com eles na Lotus?