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Fórmula 1

Ocon na Force India e Palmer na Renault… e Nasr?

RIO DE JANEIRO – Véspera de GP do Brasil de Fórmula 1 e é cada vez maior a possibilidade de nenhum piloto brasileiro ser confirmado em qualquer equipe da categoria para 2017. Não, não vou entrar no mérito da notícia de que o Felipe Nasr “estaria acertado” com a Force India e que a vaga […]

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Não foi por falta de aviso… Esteban Ocon era o favorito e hoje foi confirmado na vaga de Nico Hülkenberg na Force India

RIO DE JANEIRO – Véspera de GP do Brasil de Fórmula 1 e é cada vez maior a possibilidade de nenhum piloto brasileiro ser confirmado em qualquer equipe da categoria para 2017.

Não, não vou entrar no mérito da notícia de que o Felipe Nasr “estaria acertado” com a Force India e que a vaga era dele. Também não vou falar dele como possível candidato à vaga na Renault – até porque consta que o nome dele sequer chegou a ser cotado.

O certo é que Esteban Ocon fica com a cobiçada vaga da Force India e a equipe do losango resolveu renovar contrato com Jolyon Palmer, o que até pode ser considerado uma surpresa, já que Kevin Magnussen é mais piloto e merecia ter continuado – a menos que o dinamarquês tenha recebido uma oferta da Haas e é o que parece ter ocorrido.

Quanto ao Ocon, não é surpresa. Quem acompanha minimamente a Fórmula 1 sabe que a Force India hoje tem os motores Mercedes-Benz e num estalar de dedos, os alemães colocam quem eles quiserem onde eles bem entenderem. Se não fosse o francês, poderia ter sido o Pascal Wehrlein. E consta que um outro fator decisivo, além do talento – ganhou a F3 Europeia em 2014, num dos anos mais difíceis dos últimos tempos e também a GP3 Series – foi um leve “empurrão” de Lawrence Stroll, pai do futuro piloto de F1 Lance Stroll, já que Ocon correu na Prema.

O mais incrível disso é uma meia-dúzia vir nas redes sociais duvidar da própria imprensa internacional, que colocou Ocon na pole position pela vaga, dizendo que as notícias vinham de “sites especulativos”. Meu amigo… quem trabalha com especulação é fofoqueiro, aquele que não tem o que fazer e fica mexendo na vida alheia. Aconselho às pessoas que duvidaram da veracidade da informação de que o Ocon estava com um pé na Force India que deixem o pachequismo de lado e percebam que o piloto brasileiro, hoje, não é mais contratado pelos seus belos olhos. Tem que ter potencial, colhões e um bom patrocínio.

Mas nem sempre dinheiro é tudo.

A Renault poderia ser a tábua de salvação para Nasr – se ao menos o nome dele tivesse sido ventilado como substituto de qualquer um de seus dois pilotos. Como o time sediado em Enstone optou pela solução caseira de manter Palmer, o que sobra no horizonte?

Pois é: Manor e Sauber.

A Manor tem Pascal Wehrlein, que possivelmente fica para mais uma temporada. Como é uma equipe que recebe motores da Mercedes-Benz, a tendència é que seu novo segundo piloto seja um apadrinhado da marca, um piloto júnior – Jordan King é dado como certo.

É, gente… sobra a Sauber.

A mesma Sauber acusada de boicote e sabotagem.

Que é que a equipe helvética ganha com isso? Ferrando a vida de um piloto que leva patrocínio e injeta precioso vil metal para a equipe sobreviver?

Quem ganha com esse tipo de acusação leviana?

A Sauber hoje não é nem sombra do organizado time de nível médio que dava trabalho no meio do pelotão e que quando foi comprada pela BMW incomodou lá na frente. Mas difundir esse tipo de informação para justificar que Felipe Nasr não consegue acompanhar o ritmo do companheiro de equipe Marcus Ericsson beira a sacanagem total.

Será que ninguém percebeu que isto pode prejudicar o próprio piloto? Que isso pode ser um tiro no pé, capaz de encerrar a carreira de Nasr na Fórmula 1?

Me recuso a fazer esse tipo de jornalismo sujo e rasteiro, só porque se trata de um piloto brasileiro.

A pedra já vinha sendo cantada (o trecho abaixo é de um post de 10 de setembro de 2013):

O futuro do Brasil na Fórmula 1 é preocupante. Os pilotos do país não conseguem mais espaço na categoria máxima, fruto – também – do dinheiro dominante em detrimento do talento e principalmente da ineficácia da CBA em conseguir fazer o esporte a motor seguir decentemente no país.

Sem formação de bons pilotos, não existe renovação.

Sem renovação, não há ídolos.

Sem ídolos, não há interesse.