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Túnel do Tempo

Direto do túnel do tempo (355)

RIO DE JANEIRO – O Dú Cardim avisa: hoje tem festa no céu. Se vivo fosse, o inesquecível Luiz Pereira Bueno, o eterno “Peroba”, teria completado hoje 80 anos de idade. Infelizmente, o blogueiro nasceu na época errada. Quando comecei a acompanhar automobilismo, o Luizinho já estava fora do esporte e voltaria no início dos […]

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RIO DE JANEIRO – O Dú Cardim avisa: hoje tem festa no céu.

Se vivo fosse, o inesquecível Luiz Pereira Bueno, o eterno “Peroba”, teria completado hoje 80 anos de idade.

Infelizmente, o blogueiro nasceu na época errada. Quando comecei a acompanhar automobilismo, o Luizinho já estava fora do esporte e voltaria no início dos anos 1980, como chefe de equipe – e depois piloto – da equipe Basf de Stock Car, inclusive marcando alguns pontinhos no campeonato de 1982, já com 47 anos. E em 1984, disputaria ainda o Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos, revivendo a antiga parceria com a equipe de Luiz Antônio Greco, o “Trovão”, com os Ford Escort da equipe Mercantil-Finasa.

Lembro do dia em que vi a lenda pela primeira vez na minha frente, em carne e osso. O “Peroba” seria homenageado no Capacete de Ouro da revista Racing – não lembro em que ano. O saudoso Marcus Zamponi, bem ao seu estilo, me pediu.

“Ô Turco! Você que está próximo do palco, faz o seguinte: quando o Luizinho for anunciado, você se levanta e puxa os aplausos de pé. Essa molecada não sabe um caralho de asa do que esse cara fez no automobilismo brasileiro.”

Nem era preciso um pedido do Zampa, porque aplaudiria o “Peroba” de pé quantas vezes fosse necessário. Terminado o evento, após a merecida homenagem em que foi ovacionado, lá fui eu falar pessoalmente com o Luizinho. Após a devida reverência, com a mesura que a ocasião merecia, seguiu-se um caloroso abraço numa das lendas do esporte – tido por muitos o melhor dos nossos pilotos a nunca ter disputado uma temporada completa de Fórmula 1.

Luizinho foi espetacular com todos os carros que guiou ao longo de sua carreira, mas a maior recordação que ele deixou na memória de muitos foi a ‘tocada’ que ele imprimia ao volante do Porsche 908/2 importado pela equipe “Z”, depois Hollywood, que correu aqui entre 1971 e 1972 – especialmente nos inesquecíveis 500 km de Interlagos marcados pela disputa entre ele, Reinhold Joest e Herbert Müller.

Quem viu, viu.

Há 45 anos, direto do túnel do tempo.