A Mil por Hora
Fórmula 1

Portas fechando

RIO DE JANEIRO – A situação de Felipe Nasr é muito delicada com vistas à próxima temporada do Mundial de Fórmula 1. Sem o patrocínio master do Banco do Brasil, reduzido a um apoio pessoal para 2017, o piloto que disputou os dois últimos campeonatos na Sauber se vê perigosamente próximo ao patamar dos “sem […]

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A Mercedes-Benz poderia ter alçado Pascal Wehrlein (se quisesse) ao lugar de Nico Rosberg. Optou por Valtteri Bottas e, para não deixar seu pupilo a pé, negociou a vaga que era de Felipe Nasr na Sauber. E o brasileiro corre sério risco de ficar fora do grid em 2017

RIO DE JANEIRO – A situação de Felipe Nasr é muito delicada com vistas à próxima temporada do Mundial de Fórmula 1. Sem o patrocínio master do Banco do Brasil, reduzido a um apoio pessoal para 2017, o piloto que disputou os dois últimos campeonatos na Sauber se vê perigosamente próximo ao patamar dos “sem assento”. Ou, na menos pior das hipóteses, terá que batalhar por uma vaga de piloto de testes – que raramente testa na pista, só em simuladores mesmo – para tentar voltar como titular no ano que vem.

E quando digo que as coisas não vão bem é porque a Mercedes-Benz conseguiu dar um outro rumo à carreira de Pascal Wehrlein. O jovem alemão, protegido da marca da estrela de três pontas, provavelmente foi considerado ainda cru para ocupar a vaga deixada de forma abrupta com a aposentadoria do campeão mundial Nico Rosberg. Talvez Pascal esperasse que fosse ele o escolhido. Mas Toto Wolff e Niki Lauda resolveram optar por Valtteri Bottas, que já fez banco e esteve numa visita à fábrica do time em Brackley. O anúncio é iminente e – dizem – será simultâneo: o nórdico como companheiro de Lewis Hamilton; a volta de Felipe Massa da aposentadoria recente e Wehrlein na Sauber, ocupando a vaga de Felipe Nasr.

Pode parecer “money talks”? Pode. A situação da Sauber não é das mais confortáveis e Nasr, que já levava dinheiro, não tinha mais alternativa e nem outros apoios que o garantissem para um terceiro ano – e olha que foi o brasileiro quem salvou o time da total penúria em 2017, por ter conquistado dois pontinhos preciosos no GP do Brasil que deixaram os helvéticos à frente da Manor.

E além do mais, com Wehrlein assegurado, podem ter certeza que alguns cobres vindos da Alemanha vão ser depositados em troca. Também comenta-se à boca pequena que assim a Sauber fecharia para o futuro um bom acordo de fornecimento de motores com a turma de Stuttgart – desde que pagando bem e em dia. Esse mundo, aliás, dá voltas: vocês se lembram de como e com quem a Sauber iniciou sua trajetória na F1? Pois então…

Agora, para Nasr permanecer na Fórmula 1, só restará a Manor. Ou então resolver a vida assumindo um papel de test driver e trabalhando nos bastidores num ano praticamente sabático para poder voltar a tempo inteiro em 2018.

O risco de não haver brasileiro no grid este ano existia. Só não acontecerá porque a aposentadoria de Rosberg “desaposentou” Massa, por questões econômicas, políticas e de performance técnica: a Martini & Rossi, patrocinadora da Williams, não pode fazer propaganda institucional com um guri de apenas 18 anos, caso do canadense Lance Stroll. Ele tem idade legal para guiar um bólido da categoria máxima, mas regra é regra. Além de Massa ter quase o dobro da idade e experiência de seu novo e futuro companheiro, há a questão do regulamento técnico modificado e a Williams precisava de alguém experiente para compor a dupla. Popular na equipe e na própria categoria, Massa mandou às favas a aposentadoria e os críticos de plantão.

E ainda há quem insista que é tudo conversa fiada. Esqueçam: Massa volta à Williams e ponto final.