A Mil por Hora
Fórmula 1

#RIPManor

RIO DE JANEIRO – Fim da linha para a última das equipes pequenas que surgiram daquele estranho processo aberto pelo Max Mosley antes de deixar a presidência da FIA. A Manor, que já foi Virgin e também Marussia, não vai disputar o Mundial de Fórmula 1 em 2017. Em resumo: a equipe quebrou. Não conseguiram […]

2016341016976__MG_5086_II
Game Over: o pontinho conquistado por Pascal Wehrlein no GP da Áustria não deu em nada e a Manor, sem dinheiro, quebrou e está fora da Fórmula 1 em 2017 (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio)

RIO DE JANEIRO – Fim da linha para a última das equipes pequenas que surgiram daquele estranho processo aberto pelo Max Mosley antes de deixar a presidência da FIA. A Manor, que já foi Virgin e também Marussia, não vai disputar o Mundial de Fórmula 1 em 2017.

Em resumo: a equipe quebrou. Não conseguiram alguém para botar a casa em ordem. O prazo venceu há uma semana e 212 empregados estão no olho da rua. Sem falar que havia gente boa por lá: Dave Ryan na chefia de operações e Nikolas Tombazis e Pat Fry na engenharia. O que faltava era dinheiro. E a perda do 10º lugar no Mundial de Construtores para a Sauber foi a pá de cal para o futuro da Manor. E assim, o grid do campeonato deste ano terá apenas 20 carros – com todas as vagas já preenchidas.

Pois é, e depois a gente se pergunta por que a Fórmula 1 não é mais para os pequenos. A HRT – que era uma piada – quebrou primeiro. O grupo Caterham bem que tentou, mas também fracassou. A Manor, fundada por John Booth (hoje no WEC), passou de mão em mão. Teve Richard Branson como investidor, depois foi chefiada pelo russo Nikolaj Fomenko e, mais recentemente, por Stephen Fitzpatrick antes de cessar definitivamente suas operações.

É uma pena, pois eu acho que em todo o esporte deve existir essa dicotomia entre time grande e time pequeno. Mas, assim como no futebol, que vem perdendo clubes de alguma tradição como Portuguesa e América, apequenados pelo distanciamento criado pela TV Globo e pela CBF, a Formula One Management (FOM) sob o comando de Bernie Ecclestone foi extremamente maléfica com os times pequenos da F1. E o regulamento técnico também. Os carros são praticamente inquebráveis. Que automobilismo é esse em que ninguém quebra?

A ironia do destino é que justamente o piloto que fez os pontos que salvaram a pátria da Sauber fica agora sem carro para a temporada 2017. Preterido em nome de Pascal Wehrlein – que veio logo da Manor – Felipe Nasr tinha ali sua única esperança de figurar no grid deste ano.

Tinha. Não tem mais.