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Fórmula 1

TPF: GP da Austrália vem aí!

RIO DE JANEIRO – TPF é a sigla para Tensão Pré-Fórmula 1. E essa tensão vai desaparecer na noite desta quinta-feira para o torcedor brasileiro: a partir de 22h daqui, começa o primeiro treino livre para o Grande Prêmio da Austrália, em Melbourne. É a abertura de um campeonato que traz novidades nos carros e […]

2017 Australian Grand Prix | F1 Fast Facts

RIO DE JANEIRO – TPF é a sigla para Tensão Pré-Fórmula 1. E essa tensão vai desaparecer na noite desta quinta-feira para o torcedor brasileiro: a partir de 22h daqui, começa o primeiro treino livre para o Grande Prêmio da Austrália, em Melbourne. É a abertura de um campeonato que traz novidades nos carros e nos pneus, sem contar as caras novas que fazem suas estreias oficiais – Lance Stroll e Stoffel Vandoorne (que faz aniversário justamente no dia da corrida), sem contar que Esteban Ocon faz sua primeira temporada completa após meio ano na agora extinta Manor.

A pista do Albert Park recebe a primeira de um total de 20 etapas previstas no calendário de uma F-1 que passa a conviver sem Bernie Ecclestone e com novos donos: o grupo Liberty Media, liderado por Chase Carey, assume a categoria máxima do automobilismo mundial com a responsabilidade de lhe devolver o prestígio perdido nos últimos anos. Existe a esperança de que o campeonato de 2017 comece a devolver esse prestígio, mas não será uma tarefa a se cumprir de imediato: os favoritos são os mesmos de sempre e a distribuição de forças tende – aparentemente – a ser a mesma dos últimos anos, salvo surpresas.

Nos testes de pré-temporada, todos realizados na pista espanhola de Barcelona, os tempos foram cinco segundos mais baixos que em 2016 por conta da nova carga aerodinâmica que fez os Fórmula 1 mais velozes em curva do que já eram. Ao todo, foram percorridos mais de 34.500 km em testes pelas dez equipes inscritas para a temporada 2017 – e poderiam ser mais, caso não houvesse tantos problemas com a McLaren e os acidentes de Lance Stroll. Em Montmeló, as equipes se concentraram muito mais no desempenho dos pneus médios e macios, mais apropriados para aquela pista.

Para Melbourne, o fornecedor de pneus traz três tipos diferentes: ultramacio, identificado pela cor violeta (sete jogos) e usado pela primeira vez durante o GP da Austrália; macio, identificado pela cor vermelha (quatro jogos) e macio, identificado pela cor amarela (dois jogos). Esses pneus têm que ser administrados para todo o fim de semana do evento, mas há uma vantagem em relação aos compostos anteriores, mais estreitos: a Pirelli produziu para este ano pneus com menor nível de degradação e menos desgaste interno, o que permitirá um ritmo mais constante a cada stint com um jogo de pneu. A calibragem recomendada pelo fabricante para a Austrália é de 22 psi para os pneus dianteiros e 19,5 psi para os traseiros.

E Melbourne não é uma pista fácil, a começar pelas suas características peculiares: com 5,303 km de extensão, é um traçado rápido para um circuito de rua, montado dentro de um parque. As folhas que caem das árvores, bem como os galhos e os detritos que vez ou outra surgem pelas lufadas de vento, deixam o traçado imundo e sem muita aderência no primeiro dia – e cabe lembrar que já na quinta-feira haverá treinos do CAMS Australian GT, o que pode melhorar um pouco a situação. O asfalto é liso, o que provoca baixa degradação dos compostos. Possivelmente, haverá a chance de algum piloto arriscar fazer as 58 voltas da corrida com apenas uma troca de pneus – mas em virtude de ser a primeira corrida do ano, é uma aposta significativa – vale lembrar que ano passado, Romain Grosjean levou a estreante Haas até o 6º lugar final vindo de 19º no grid, optando por parar somente uma vez.

A pista australiana se distingue pelo conjunto grandes acelerações + frenagens fortes, o que resulta em mais forças longitudinais no conjunto piloto/carro do que propriamente a aceleração lateral (confira o vídeo acima, cortesia da Brembo). Embora rápida (a média do ano passado ficou acima dos 227 km/h), a pista do Albert Park tem um conjunto de curvas de baixa, o que obrigará engenheiros e pilotos a buscar um melhor compromisso entre aderência mecânica e alta pressão aerodinâmica.

Após os oito dias de treinos coletivos na Espanha, o melhor tempo foi 1’18″634, com Kimi Räikkönen a bordo da Ferrari.

Seria um prenúncio de oposição forte à Mercedes?

Se é isso que os torcedores querem, à primeira vista é o que terão. Vamos ver se o temor causado pela previsão de falta de ultrapassagens ao longo da disputa fará o GP da Austrália decepcionante e modorrento. Eu, sinceramente, espero que não.

O Grande Prêmio, como sempre, traz uma apresentação caprichada do que será a temporada 2017 do Mundial de Fórmula 1 no GRANDE PREMIUM.

Leiam, porque vale a pena!