RIO DE JANEIRO – Fui cobrado em 1º de maio por não ter escrito nada sobre Ayrton Senna. Não vi motivo para falar a respeito, uma linha que fosse. Qualquer um escreve sobre ele. E além do mais, não era data redonda.
Foram 23 anos de sua morte – não 20, nem 25.
No mesmo 1º de maio, há exatos 30 anos, teve isso aqui do vídeo abaixo. E eu não falei nada, para não polemizar.
https://www.youtube.com/watch?v=pLyAKkeA25Q
Há 25 anos, no dia 7 de maio, também houve isso aqui do vídeo abaixo. E novamente não polemizei.
Mas diante dos fatos que o Flavio Gomes constatou aqui neste post, não posso deixar de me manifestar.
Nelson Piquet terá a importância devidamente reconhecida apenas no dia em que for desta para uma muito melhor, provavelmente de velhice, depois de tudo o que passou na vida.
Sobreviveu a duas tremendas porradas.
Não é qualquer um que passa por isso, ergue um império para seus filhos e ganha mais dinheiro nos negócios do que nas pistas de corrida, onde ganhou três títulos e corria por prazer. Vitórias não eram uma obssessão. Eram consequência de muito talento, argúcia, malandragem e uma visão tática e técnica fora do normal. Coisa de privilegiado, de predestinado.
O fato de ter escapado desses acidentes pavorosos em San Marino na Tamburello e na curva 4 de Indianápolis já o faz ser imensamente maior do que já é.
A indiferença é algo que dói em qualquer ser humano. Sei que Piquet caga e anda para convenções, rapapés ou para puxa-sacos. Mas num país onde só se cultua os vencedores – ou estou errado? – Nelson talvez tenha sido, dos mais bem-sucedidos, o menos celebrado.
O tempo é o senhor da razão. E dará mais razão a um cara que foi tão ou mais gênio nas pistas quanto foi Ayrton Senna.
Agora, podem me apedrejar.