A Mil por Hora
24 Horas de Le Mans

Mais uma bomba: Porsche fora do WEC

RIO DE JANEIRO (Triste…) – Após a saída da Mercedes-Benz do DTM rumo à Fórmula E, outro construtor alemão de imensa relevância no automobilismo vai bater em retirada de outra categoria: a Porsche deve confirmar o rumor já alimentado pela imprensa alemã e cair fora do Campeonato Mundial de Endurance, o FIA WEC. Detalhe: ao […]

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Auf wiedersehen: a Porsche deve anunciar muito em breve sua saída do Campeonato Mundial de Endurance (FIA WEC), encerrando seu programa LMP1 após três vitórias em Le Mans e dois títulos mundiais de pilotos e construtores – por enquanto. Mais um baque enorme para uma categoria que vê seu futuro em xeque. Será que a Toyota vai mesmo seguir sozinha junto a construtores independentes que nem mesmo temos certeza que vão disputar a LMP1 em 2018?

RIO DE JANEIRO (Triste…) – Após a saída da Mercedes-Benz do DTM rumo à Fórmula E, outro construtor alemão de imensa relevância no automobilismo vai bater em retirada de outra categoria: a Porsche deve confirmar o rumor já alimentado pela imprensa alemã e cair fora do Campeonato Mundial de Endurance, o FIA WEC. Detalhe: ao fim desta temporada.

A notícia-bomba foi divulgada hoje pelo site alemão Motorsport-Total, ampliando o que a tradicional publicação Auto Motor und Sport já ventilava antes da disputa das 6h de Nürburgring. O anúncio oficial deve acontecer em setembro, na próxima etapa, no México.

É mais um duro golpe numa competição que iniciou em 2012 com Audi e Toyota como montadoras oficiais e que tinha, também, times independentes como a Rebellion, a OAK Racing, a Strakka e a JRM Motorsport. Podia não ser o grid dos sonhos, mas eram mais carros do que hoje a divisão apresenta. Incrível como em cinco anos, tudo piorou e a LMP1 – que só terá quatro carros na próxima etapa do WEC – perdeu praticamente todo o seu grid e a Porsche, que entrou em 2014, agora caminha para a extinção do seu programa.

De acordo com os germânicos, é estudada uma mudança para a Fórmula E – natural, pois a Porsche domina a tecnologia de construção de motores híbridos e não é à toa que o seu protótipo 919 Hybrid é considerado o carro mais complexo do grid – e até mesmo o retorno à Fórmula 1, lá para 2021, muito embora o grupo Volkswagen Auto Group (VAG), que controla a marca, seja avesso ao envolvimento com a categoria máxima do automobilismo.

O que parece é que a Porsche, além do clima de missão cumprida por vencer três vezes seguidas as 24 Horas de Le Mans, ampliando o recorde histórico para 19 triunfos, percebe que o WEC segue um caminho muito complicado na classe LMP1.

Tanto a FIA quanto o Automobile Club de l’Ouest (ACO) mudaram tantas e seguidas vezes o regulamento com o objetivo de conter custos – e, pelo visto, fracassaram. Os programas continuam caros (a Porsche confirma ter gasto US$ 200 milhões/ano) e espantam qualquer outra montadora que quisesse competir na categoria. A Peugeot nunca se decide pelo regresso após abandonar o Endurance às vésperas do anúncio de equipes para o campeonato de 2012. E agora, mais essa.

Perguntas que não querem calar: a Toyota ficará sozinha como única construtora de fábrica em 2018, contra times independentes que nem sabemos se vão mesmo competir na LMP1 ano que vem? Será mesmo que a Ginetta continuará o desenvolvimento de seu protótipo? A SMP Racing dará continuidade ao seu projeto? A ByKolles realmente voltará? Manor, Jackie Chan DC Racing e Rebellion realmente terão esquemas nas duas categorias de protótipos?

Sinceramente, não sei.

Quanto à Toyota, duvido que os japoneses queiram assumir o protagonismo e competir contra eles mesmos, sozinhos. A essência do automobilismo é a rivalidade entre os construtores e, sem alguém como parâmetro, não sei se Pascal Vasselon e companhia limitada vão encarar o campeonato sozinhos.

Os pilotos da Porsche já se preparam para o pior. Andre Lotterer, que está em Spa-Francorchamps para a disputa das 24 Horas neste fim de semana, não esconde sua apreensão.

“O que está acontecendo com as corridas de Carros-Esporte?”, questiona. “Outro dia, a Mercedes anunciou sua retirada oficial do DTM. Agora, estamos todos com medo diante do possível abandono da Porsche no WEC. O que faremos?”

É, leitores… tudo está acontecendo muito rapidamente. A Alemanha prevê o fim da frota de veículos movidos a combustíveis fósseis em 2030 e o futuro chega mais rápido do que pensávamos.

Como já disse Gérard Neveu certa vez, “montadoras vêm e vão”. A Porsche não abandona o WEC por completo, já que seu programa de LMGTE-PRO seguirá ativo. Mas o risco da extinção da categoria principal existe e é cada vez maior.

A menos que o ACO finalmente dê o braço a torcer e reconheça que a fórmula de disputa da IMSA com a classe DPi é eficaz e que os protótipos com múltiplas opções de motor sejam a tábua de salvação não só para o próprio WEC como principalmente para o futuro das 24 Horas de Le Mans, a maior prova de Endurance do planeta.

O último a sair que apague a luz?

Só o tempo dirá…