A Mil por Hora
Mundial de Endurance

6h de Spa: estreia vitoriosa de Alonso no WEC

RIO DE JANEIRO – Deu a lógica: a Toyota venceu em dobradinha as 6h de Spa-Francorchamps, prova de abertura da Super Season 2018/19 do Campeonato Mundial de Endurance (FIA WEC). E após cinco anos, o espanhol Fernando Alonso – a grande estrela da companhia – volta ao topo do pódio, do qual estava ausente desde […]

pm_spa_wec_pq_gallery-33-730x487

RIO DE JANEIRO – Deu a lógica: a Toyota venceu em dobradinha as 6h de Spa-Francorchamps, prova de abertura da Super Season 2018/19 do Campeonato Mundial de Endurance (FIA WEC). E após cinco anos, o espanhol Fernando Alonso – a grande estrela da companhia – volta ao topo do pódio, do qual estava ausente desde o GP da Espanha de 2013. Naquela oportunidade, num mês de maio – precisamente no dia 12 – o piloto hoje com 36 anos vencia pela última vez na categoria máxima.

O fim do jejum veio numa prova que foi relativamente tranquila para a trinca formada por Alonso, mais Buemi e Kazuki Nakajima, à exceção da hora final, por conta de um fortíssimo acidente com o protótipo BR01 Engineering de motor AER Biturbo da SMP Racing, guiado por Matevos Isaakyan na oportunidade. A porrada chamou o Safety Car pela última vez e a confortável vantagem de Alonso para o 2º colocado virou pó.

A bordo do Toyota #7, vinha o britânico Mike Conway – que largou uma volta depois de todo mundo e dos boxes, por conta de uma penalização pós-treino por irregularidades no fluxo de combustível, após a coleta dos dados das equipes. O piloto chegou muito próximo de Alonso e pareceu ensaiar uma ultrapassagem – e esteve muito próximo disso.

Porém… depois de uma mensagem via rádio, foi sugestionado a Conway que tirasse o pé e permitisse a Alonso vencer a prova. Mesmo com a temperatura da caixa de câmbio atingindo níveis elevados, Fernando levou o carro até a quadriculada, completando 163 voltas com 1″444 de vantagem sobre a trinca Conway/Kobayashi/Pechito López.

A terceira posição, máximo que poderiam alcançar em condições normais, ficou com a Rebellion e o carro #1 de Bruno Senna/Andre Lotterer/Neel Jani, que inclusive perdeu razoável tempo no box na troca de um transponder. Talvez não tivessem terminado a disputa duas voltas atrás dos vencedores – o que está longe de ser uma humilhação para um time não-oficial.

A pancada monumental do #17 da SMP Racing, que incomodou muito à equipe Rebellion, permitiu que a ByKolles conquistasse um ótimo quinto lugar – melhor resultado da equipe no WEC, mostrando que os trabalhos de desenvolvimento do carro e do motor Nismo com gerenciamento Cosworth não foram em vão.

Na classe LMP2, acabou prevalecendo a G-Drive Racing, a única equipe do ELMS que usou as 6h de Spa-Francorchamps como treino para Le Mans. E foi um bom treino, pois o time russo de running feito pela TDS Racing acabou vencendo a disputa com direito ao 7º posto na geral e 156 voltas do carro tripulado por Jean-Éric Vergne/Roman Rusinov/Andrea Pizzitola.

Assim, a melhor equipe full season do WEC foi a Jackie Chan DC Racing, que superou a Signatech-Alpine Matmut no final numa estratégia de troca de pneus do lado esquerdo do protótipo Oreca 07. A trinca Ho-Pin Tung/Gabriel Aubry/Stéphane Richelmi fechou a disputa a 21 segundos dos vencedores e à frente de André Negrão/Nico Lapierre/Pierre Thiriet.

A LMGTE-PRO foi disputada no início entre Porsche e Ford, mas o construtor do oval azul sofreu um baque forte na 27ª volta, quando Harry Tincknell perdeu o carro na tomada da curva Eau Rouge e – exatamente no mesmo lugar em que se acidentou ontem o brasileiro Pietro Fittipaldi – bateu violentamente na barreira de pneus. A sorte do britânico é que ele saiu inteiro do carro destruído e Tony Kanaan – uma lástima – nem chegou a andar. Faz parte.

No fim, a equipe Chip Ganassi Racing ainda sorriu com o triunfo do carro #66, conseguido numa ultrapassagem sensacional de Olivier Pla sobre Richard Lietz na reta final da disputa. O austríaco da Porsche acabaria caindo para o 4º lugar, já que foi ultrapassado também por Michael Christensen/Kévin Estre e por Davide Rigon/Sam Bird num belíssimo pega nas voltas finais. E tivemos três marcas – Ford, Porsche e Ferrari – no pódio.

Os novos carros BMW M8 GTE e Aston Martin AMR Vantage pouco apareceram na briga, a não ser para levar volta dos mais rápidos. A falta de performance do modelo do construtor de Gatwick foi assustadora perante as rivais. A BMW ainda salvou um bom 5º lugar com Antônio Felix da Costa/Tom Blomqvist.

E a Aston Martin, superada pela Porsche nos treinos oficiais, prevaleceu em ritmo de corrida na classe LMGTE-AM. Os campeões Pedro Lamy/Paul Dalla Lana/Mathias Lauda passaram sufoco, mas prevaleceram contra a estreante tripulação da TF Sport, que fez ótima corrida com Salih Yoluç/Euan Alers-Hankey/Charlie Eastwood. A Ferrari da Clearwater Racing também cresceu na disputa e, com os problemas enfrentados pelos demais carros, abocanhou mais um pódio na categoria.

A próxima prova é nada menos que a 86ª edição das 24 Horas de Le Mans. E fica a questão: a Toyota vai pôr fim à incômoda série de fracassos na pista de Sarthe? Porque está de colher para eles ganharem a prova, devido o desnível face aos LMP1 independentes. Qual será a desculpa se novamente falharem?

Cartas para a redação.