RIO DE JANEIRO – É fiasco que fala, né?
Então… em 19 de junho de 2005, uma das cenas mais lamentáveis da história do automobilismo acontecia no circuito de Indianápolis, que sediou o GP dos EUA de Fórmula 1 entre 2000 e 2007. O chamado “GP de Seis”, do qual participaram apenas as equipes clientes da Bridgestone – Ferrari, Jordan e Minardi.
As demais sete equipes da categoria – Renault, Williams, Toyota, McLaren, BAR, Sauber e Red Bull – usavam os pneus da francesa Michelin e decidiram não largar por “questões de segurança”. Uma recomendação do fabricante fez com que os 14 carros dessas escuderias seguissem direto para as garagens após a volta de apresentação.
E pareceu num dado momento que talvez a corrida transcorresse de forma normal. Afinal, após o acidente de Ralf Schumacher – que foi o estopim da desistência geral dos times da Michelin – os carros inclusive foram para a definição do grid, com Ricardo Zonta substituindo o alemão na Toyota, que fez a pole com Jarno Trulli.
Mas como 14 pilotos e carros se retiraram, a corrida foi uma autêntica paródia perpetrada por Rubens Barrichello, Michael Schumacher, Tiago Monteiro, Narain Kartikheyan, Patrick Friesacher e Christijan Albers.
O público presente, com razão, se revoltou. Muitos apupos foram ouvidos nas arquibancadas. Não lembro se jogaram latas na pista, mas houve o perigo disso acontecer.
Enfim… a paródia foi em frente e até houve polêmica entre Schumi e Rubens, que se desentenderam na pista – uma das razões pelas quais o brasileiro trocou a Ferrari pela Honda, que absorveria a BAR no ano seguinte.
Como único registro que valeu a pena ver, a alegria de Tiago Monteiro pelo 3º lugar, superando Kartikheyan no duelo particular das Jordan e as Minardi, que também terminaram a disputa, marcariam juntas os últimos pontos da história do time de Faenza, que daria lugar à Toro Rosso em 2006.
Há 13 anos, direto do túnel do tempo.