A Mil por Hora
Túnel do Tempo

Direto do túnel do tempo (416)

RIO DE JANEIRO – O rapaz loiro desta foto é o aniversariante de hoje no automobilismo mundial. Mika Hakkinen completa 50 anos neste dia 28 de setembro – e a foto que ilustra esta postagem é do ano de sua estreia na Fórmula 1. Temporada de 1991: sem os motores Lamborghini de que dispôs no […]

91F1201

RIO DE JANEIRO – O rapaz loiro desta foto é o aniversariante de hoje no automobilismo mundial. Mika Hakkinen completa 50 anos neste dia 28 de setembro – e a foto que ilustra esta postagem é do ano de sua estreia na Fórmula 1.

Temporada de 1991: sem os motores Lamborghini de que dispôs no (péssimo) ano anterior, a Lotus – mergulhada em imensa crise técnica e financeira – se socorre dos motores Judd V8, pouco potentes e frágeis, para disputar o Mundial daquele ano. E a direção da escuderia aposta num jovem rapaz de 22 anos que leva um punhado de dólares com patrocínios pessoais e traz no currículo o título da Fórmula 3 inglesa do ano anterior, derrotando o compatriota Mika Salo e o brasileiro Christian Fittipaldi.

Esse piloto é exatamente Mika Hakkinen, que apesar de um carro ruim faz boas apresentações e até soma pontos, com o 5º lugar num caótico GP de San Marino. Ele e o britânico Julian Bailey, seu primeiro colega de time, garantem a sobrevida da escuderia, que revezaria ainda o alemão Michael Bartels (que não se classificou para nenhum GP) e Johnny Herbert no carro #12, já que Mika se garante no #11 até o fim do ano.

A Lotus conseguiu uma melhora para 1992, fez um bom carro e Hakkinen sobressaiu-se como uma das boas revelações daquela temporada. E isso foi o suficiente para que conseguisse um contrato como piloto de testes da McLaren, ascendendo ao posto de titular no fim do campeonato de 1993, quando a porta da rua foi mostrada a Michael Andretti.

Mika demorou a vencer na categoria. Triunfou na decisão do campeonato de 1997, o GP da Europa, em Jerez de la Frontera – e comemorou muito. Era sua 96ª aparição na Fórmula 1. E depois disso, o resto foi história. O casamento com uma geração de modelos McLaren Mercedes concebidos por Adrian Newey rendeu frutos com o bicampeonato de 1998/1999 e o vice de 2000. Registre-se que é de Hakkinen uma das mais belas ultrapassagens da história do esporte, sobre Zonta e Schumacher, na freada para Les Combes, no GP da Bélgica de 2000.

As 20 vitórias em 161 provas, com 26 pole positions, 25 recordes de volta em prova e 51 pódios até são pouco para um dos bons pilotos campeões do mundo que a Fórmula 1 conheceu. Não foi genial, mas extremamente competente e um dos únicos a superar Schumacher – os outros foram Jacques Villeneuve e Fernando Alonso. Quem quiser incluir Damon Hill no lote, parabéns.

Há 27 anos, direto do túnel do tempo.