A Mil por Hora
Fórmula 1

Não curti

RIO DE JANEIRO – Podem me chamar de ranzinza, mala, chato ou qualquer coisa do gênero. Não gostei – nem um pouco – do conceito que a Fórmula 1 pretende adotar em seus carros para o novo regulamento técnico a ser adotado a partir de 2021. Embora a ideia tenha sido impactante e deixado boa […]

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RIO DE JANEIRO – Podem me chamar de ranzinza, mala, chato ou qualquer coisa do gênero. Não gostei – nem um pouco – do conceito que a Fórmula 1 pretende adotar em seus carros para o novo regulamento técnico a ser adotado a partir de 2021.

Embora a ideia tenha sido impactante e deixado boa impressão, há alguns senões que preciso compartilhar com os leitores deste espaço.

Nesse croqui que ilustra a postagem, as linhas gerais são parecidas demais com esses projetos de videogames que vira e mexe aparecem por aí (se não me engano, o Adrian Newey fez um carro inspirado num desses para a Red Bull). Não me agrada também a ideia da Fórmula 1 correr com rodas de aro 18″. Os pneus ficam com uma parede mínima nas laterais. Visualmente, não gosto.

Para completar, o conjunto aerodinâmico deixará todos os carros sem a menor identidade.

Longe vão os tempos em que, só pelo desenho ou por características como a traseira “garrafa de Coca-Cola” by John Barnard na McLaren, o visual “flecha” do Brabham BT52 de Nelson Piquet ou até mesmo a Tyrrell com bico levantado dos anos 1990 e os Leyton House March de Newey, de design estreito na seção dianteira, sabíamos quem era quem. Os designers eram postos à prova. Hoje, infelizmente, a Fórmula 1 não passa de mais do mesmo.

E a tendência é que siga o Drag Racing System (DRS) que tanto combato por seu artificialismo, que não faz bem à categoria. Ultrapassagem conquistada no braço é uma coisa. Com asa aberta, outra.

Tanto a asa dianteira quanto a traseira seguirão demasiadamente coladas ao carro – quando deveria ser exatamente o contrário.

A visão de uma Fórmula 1 “futurista” por si só me deixa com os cabelos em pé pelo que deve vir por aí. Fico pensando se é realmente assim se a categoria vai conseguir recuperar seu prestígio ou as disputas seguirão restritas a dois ou três pilotos e equipes. Numa coisa concordo com Lewis Hamilton: para o bem do esporte, deveríamos voltar com os motores V10 ou V12.

Bom… agora fiquem à vontade para apedrejar ou concordar, se quiserem, com o escriba. O espaço é todo de vocês.