A Mil por Hora
Fórmula 1

O penta. O cara

RIO DE JANEIRO – Quase uma unanimidade: Lewis Hamilton se aproxima a passos largos para se tornar um dos maiores nomes da Fórmula 1 em todos os tempos. Neste domingo, no GP do México, o britânico de 33 anos já conseguiu um feito histórico. Ele nem precisou do pódio para sacramentar o que praticamente eram […]

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Ele é só felicidade: Lewis Hamilton conquistou no GP do México um merecido e saboroso quinto título mundial. Aos 33 anos, o piloto da Mercedes atinge a maturidade e pode ser um dos maiores de todos os tempos

RIO DE JANEIRO – Quase uma unanimidade: Lewis Hamilton se aproxima a passos largos para se tornar um dos maiores nomes da Fórmula 1 em todos os tempos. Neste domingo, no GP do México, o britânico de 33 anos já conseguiu um feito histórico.

Ele nem precisou do pódio para sacramentar o que praticamente eram favas contadas num ano impecável. Sem medo de ser errado, acho que é a melhor temporada de toda a carreira do piloto. Em diversas vezes, compensou não ter um carro 100% à altura com uma pilotagem fora do normal. Descontando o abandono na Áustria, Hamilton terminou todas as demais corridas até agora – foram dezesseis os pódios alcançados e o pior resultado é até aqui o 5º lugar em Montreal, no GP do Canadá.

E com isso, Lewis Carl Davidson Hamilton, nascido em Tewin (Hertfordshire), no dia 7 de janeiro de 1985, alcança no espaço de uma década o quinto título da carreira – média de um a cada dois anos, se bem que dos últimos cinco, ganhou quatro. Igualou-se assim a Michael Schumacher, que ainda faturaria mais dois troféus após o histórico penta de 2002 e ao lendário Juan Manuel Fangio, que de onde quer que esteja, aplaude de pé este gênio do esporte.

Não duvidem: se a Mercedes seguir acertando a receita, o casamento tem tudo para ser frutífero e Hamilton tem reais possibilidades de deixar Schumacher para trás e se tornar o maior campeão da Fórmula 1, por muito tempo.

No bojo, o GP do México valeu principalmente pela conquista histórica, acompanhada no fim de semana por um público espetacular. O GP do México não devia ter ficado tanto tempo fora. Aquele país – inclusive – é um dos que pretendo conhecer, porque seu povo é caloroso e hospitaleiro. Foram quase 350 mil pessoas no Autódromo Hermanos Rodriguez, que se não é o mesmo com a desafiadora Curva Peraltada de outrora, atrai uma multidão fanática e alucinada pelo esporte e por Sergio Pérez, que desta vez ficou fora dos pontos.

Valeu também por Max Verstappen, que fez uma grande corrida e chegou à quinta vitória na carreira, segunda seguida no México. É um alento ver que a Red Bull consegue ainda cravar as rivais em 2018 e esse holandês – se a Honda acertar a receita – tem tudo para ser uma ameaça lógica a Hamilton e Vettel no próximo campeonato.

Sobre Tião, confesso que não consigo encontrar palavras. Tenho certeza que o incidente no GP da Alemanha, em pleno quintal de casa, foi a pá de cal em suas pretensões de título – ou sua derrocada se iniciou ali. Em algum momento, ele e a Ferrari se perderam completamente. Vamos ver se o alemão reage na próxima temporada…

De resto, acrescento três nomes mais a citar com méritos: Nico Hülkenberg em sexto num fim de semana bastante razoável para a Renault; a 7ª posição deste Charles Leclerc que impressiona cada dia mais; e Stoffel Vandoorne, após o bilhete azul, somando pontos que salvaram um pouco sua arranhada reputação na Fórmula 1.

E que venha o GP do Brasil! Que a torcida brasileira reverencie não só Lewis Hamilton como também a Fernando Alonso, que fará no próximo dia 11 de novembro sua última aparição num monoposto da categoria máxima em Interlagos.