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Mundial de Endurance

Silêncio que preocupa

RIO DE JANEIRO – A Racecar Engineering, em matéria assinada por Andrew Cotton, levanta uma lebre daquelas: faz dois meses desde que a FIA e o ACO descortinaram os preceitos do regulamento técnico do que serão os Hypercars para a temporada 2020/21 do Mundial de Endurance, em diante. E até agora, nada. Silêncio é a […]

GR Super Sport Concept

RIO DE JANEIRO – A Racecar Engineering, em matéria assinada por Andrew Cotton, levanta uma lebre daquelas: faz dois meses desde que a FIA e o ACO descortinaram os preceitos do regulamento técnico do que serão os Hypercars para a temporada 2020/21 do Mundial de Endurance, em diante. E até agora, nada.

Silêncio é a palavra que resume muito bem o que está acontecendo desde então.

Não deixa de ser uma preocupação, quando nem mesmo a Toyota – único construtor de fábrica hoje na LMP1 – se manifesta. O que a publicação pôde apurar é que dois fabricantes já analisaram os requisitos de motor e refrigeração de seus carros. Uma dessas fábricas pode até ser a Toyota, mas há outros motivos para preocupação.

A intenção clara desse novo regulamento é atrair certos fabricantes para a elite do FIA WEC e a Aston Martin é uma peça-chave do quebra-cabeça. Pois se os britânicos resolverem mergulhar nesse jogo do WEC, outros fabricantes podem vir junto.

David Richards diz que o construtor iniciou o programa de motores dentro das novas regras e que a marca estaria interessada na adaptação de um de seus atuais modelos de rua ao regulamento que começa daqui a pouco mais de um ano e meio. Mas, ao mesmo tempo, a resposta do mercado às ações da Aston Martin foi negativa: os preços caíram…

Sem a Aston Martin, McLaren e talvez a Ferrari jamais se interessem no formato de regulamento dos Hypercars. Nem mesmo a Lotus, também cogitada para fazer um novo carro de competição. A FIA, o ACO e os organizadores da competição querem concorrência e ter apenas a Toyota não seria garantia de nada – nem mesmo às equipes independentes que podem comprar carros dentro das novas regras.

Em recente rodada do grupo de trabalho promovido pela entidade máxima do desporto automobilístico, Mazda e Acura (leia-se Honda) participaram, mas o interesse demonstrado em Daytona durante o último fim de semana da abertura da temporada 2019 da IMSA foi mínimo. A receptividade foi morna, apenas.

Ambas estão envolvidas neste momento com o regulamento DPi nos EUA – e não se surpreendam se esta plataforma conseguir mais adeptos para breve. A Ford considera um projeto DPi – o motor EcoBoost V6 é ideal para isso e a BMW também ensaia uma aproximação com o formato ianque de competição. Que à primeira vista parece bem mais interessante do que os Hypercars.

Cabem perguntas ao ACO e principalmente ao CEO do WEC Gérard Neveu.

A esta altura, será que os dirigentes não estão preocupados? O que falta para que tenhamos clareza sobre o futuro da classe principal do Mundial de Endurance nos termos propostos para o futuro?

Cartas para a redação.