A Mil por Hora
Mundial de Endurance

Hypercars: mudanças para atrair construtores

RIO DE JANEIRO – O regulamento proposto pelo ACO e pela FIA para a classe principal do WEC a partir de 2020/21 não pegou. Definitivamente. Como nenhum construtor – nem mesmo a Toyota – mostrou qualquer interesse em construir carros para entrar na regra dos chamados Hypercars, que seriam os substitutos da atual geração de […]

10654-mclarensennagtr
A brecha aberta no regulamento Hypercars da classe principal do WEC pode ser o que faltava para a McLaren estrear com seu modelo Senna GTR na temporada 2020/21 do Mundial de Endurance.. ou não, né?

RIO DE JANEIRO – O regulamento proposto pelo ACO e pela FIA para a classe principal do WEC a partir de 2020/21 não pegou. Definitivamente.

Como nenhum construtor – nem mesmo a Toyota – mostrou qualquer interesse em construir carros para entrar na regra dos chamados Hypercars, que seriam os substitutos da atual geração de LMP1, os promotores criaram uma abertura às regras propostas.

Não só protótipos derivados de veículos de rua serão mais aceitos dentro do que se previa. Agora, definitivamente, os Hypercars de fato e direito poderão ter versões de rua adaptadas para competição. É uma tentativa – talvez até tardia – de trazer Aston Martin, Ferrari e pelo menos McLaren às discussões em torno de um envolvimento no WEC na linha de frente. E assim aumentar o interesse da Toyota em prosseguir na competição.

Os pormenores dessa brecha aberta por ACO/FIA devem ser anunciados no fim de semana das 1000 Milhas de Sebring – ou seja, de quarta-feira próxima para a frente. Também é estudada uma redução do teto orçamentário, já que o teto assumido de R$ 100 milhões por temporada foi considerado proibitivo demais para alguns fabricantes e/ou equipes clientes.

Essa mudança dá a entender que o Mundial de Endurance está não só um pouco perdido no rumo que quer tomar com relação à categoria principal, como também é a amostra de que jamais os europeus vão dar o braço a torcer para o fato de que o conceito americano com relação aos Daytona Prototype International (DPi) da IMSA deu muito mais certo do que poderia se supor.

Tanto que não foram poucas as vezes que tive de responder se havia semelhanças entre este conceito e os LMP1 do WEC e eu continuo dizendo que não. Mas está claro que seria uma alternativa sadia, viável e até barata, trazer para o Mundial uma fórmula que tem dado certo desde o seu inicio. Tudo bem que hoje na IMSA existe uma clara discrepância entre alguns fabricantes – há seis carros Cadillac e um Nissan, somente. Mas a Ford se encaminha para os DPi e até a Toyota mostrou interesse em competir por lá.

Ou seja… tem alguém muito errado nessa história e com certeza não é a turma de Tio Sam. O Mundial de Endurance é um grande evento, as 24h de Le Mans são espetaculares, mas o protagonismo precisa e deve ser dos Esporte-Protótipos. Já a edição de 2019 ficou desbalanceada com 35 GTs confirmados e 25 protótipos entre LMP1 e LMP2.

Tem muito gato nessa tuba aí e eu quero só ver quando é que os construtores finalmente vão aderir a uma proposta que teve uma recepção tão fria quanto esta dos Hypercars para o futuro do WEC.