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Fórmula 1

F1 2020: maior e não necessariamente melhor

RIO DE JANEIRO – Você que é gearhead como eu deve ter ficado feliz com a notícia: tudo indica que o calendário da Fórmula 1 para a temporada 2020, salvo alguns ajustes de datas que podem – e até devem ser feitos – provavelmente será esse aqui da ilustração acima. O maior da história, com […]

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RIO DE JANEIRO – Você que é gearhead como eu deve ter ficado feliz com a notícia: tudo indica que o calendário da Fórmula 1 para a temporada 2020, salvo alguns ajustes de datas que podem – e até devem ser feitos – provavelmente será esse aqui da ilustração acima. O maior da história, com nada menos que 22 GPs, a estreia do Vietnã com uma pista de rua em Hanói e a volta da Holanda, efeitos da “Verstappenmania”.

Se vocês notarem bem, dança a Alemanha. Não haverá lugar nem para Hockenheim ou para Nürburgring, e justo numa fase em que a categoria é dominada por uma marca germânica, a Mercedes-Benz. Em contrapartida, os governos espanhol e mexicano tinham confirmado a permanência de seus países e circuitos no calendário, o que já era por si só um indicativo da marca recorde.

O Brasil está garantido por força do atual contrato. A corrida de Interlagos é a penúltima da série em 15 de novembro. Depois… só o tempo dirá.

Eu sou da tese de que ‘quanto mais corridas, melhor’. Mas, vamos e venhamos, sem exageros. A tendência do Liberty Media é seguir um preceito de Bernie Ecclestone – estar onde o dinheiro ou o prestígio estão. Ainda há muitos países bem discutíveis no sentido de tradição no esporte, outros com pistas inócuas e mesmo traçados tradicionais como o de Paul Ricard acabaram por produzir corridas bem chinfrins na volta da França ao calendário.

Não sei se 22 GPs é um número adequado. Parece uma ‘Nascarização’ da Fórmula 1 e acho que cada um fica no seu quadrado. A Stock Car americana funciona bem assim – em tese – porque até o formato das corridas merece uma revisão. Mas a categoria máxima do automobilismo deveria evitar esse exagero de corridas.

Podem me acusar de saudosismo, mas quando comecei a assistir lá por 1980/81 o total era de, no máximo, 14 ou 15 etapas e estava muito bom. Quando houve um Mundial (1995) com 17 corridas, achei demais. Aí Bernie Ecclestone inchou o calendário com 18 datas e foi subindo, subindo… e chegamos a 22 com “El Bigodón” Chase Carey.

Um adendo: a categoria deveria evitar o choque com as 24h de Le Mans. Nesse esboço da ilustração, a data do GP do Canadá choca com a última etapa do WEC. Eu, como quero estar de novo em La Sarthe, não vou me incomodar. Mas o fã da velocidade, sim.

A Fórmula 1 fica maior.

Melhor? Não necessariamente.