A Mil por Hora
Fórmula 1

King Lewis VI

RIO DE JANEIRO – Ele pode tudo. Ou quase. Inclusive, pode continuar falando de sustentabilidade e alimentação vegana. Até porque, ao contrário de outros, não é hipócrita em seus discursos. Lewis Carl Davidson Hamilton, 34 anos de idade, está a caminho de se tornar o maior piloto da história da Fórmula 1. Está a um […]

RIO DE JANEIRO – Ele pode tudo. Ou quase. Inclusive, pode continuar falando de sustentabilidade e alimentação vegana. Até porque, ao contrário de outros, não é hipócrita em seus discursos.

Lewis Carl Davidson Hamilton, 34 anos de idade, está a caminho de se tornar o maior piloto da história da Fórmula 1.

Está a um título apenas de igualar o recorde histórico de Michael Schumacher. E neste dia 3 de novembro, suplantou “El Penta” Juan Manuel Fangio.

Dez vitórias em 19 corridas (todas elas nos pontos), mais seis pódios com resultados entre o 2º e o 3º lugar. Campeão mundial pela sexta vez na carreira, novamente com antecedência de algumas corridas – terceiro título seguido, quinto em seis temporadas.

E apesar dos números mostrarem o contrário, talvez tenha sido entre todos os títulos ganhos na “era híbrida” e como piloto Mercedes-Benz o mais difícil de todos.

O leitor pode imaginar que não é possível, que o blogueiro aqui está falando uma bobagem colossal.

Mas o fato é que, embora a Mercedes e Hamilton tenham se constituído na força dominante da principal categoria do automobilismo – com muito mérito e empenho, registre-se – dessa vez não foi um campeonato tão acachapante quanto outros.

Incontestável, sim, pelo talento de Hamilton, pelas condições em que venceu algumas corridas – especialmente num momento menos bom da marca da estrela de três pontas em relação à Ferrari, que voltou das férias de verão mais forte do que se supunha.

Mas os erros de Maranello custaram alguns resultados e o título, que poderia acabar adiado por mais algumas corridas, em que pese estarem na disputa retórica apenas Hamilton e seu companheiro de equipe Valtteri Bottas, repito: se e somente se a Ferrari tivesse feito seu papel, pelo menos até o Brasil ainda haveria competição.

Só que o automobilismo não é assim. Vence quem chega primeiro e Hamilton alia a costumeira competência ao trabalho intenso da Mercedes, que compensou o fato de não poder oferecer o melhor carro do lote ao melhor piloto do grid. A vitória no México foi um exemplo vivo disso.

E hoje, além dos múltiplos erros da Ferrari e do proverbial azar de Sebastian Vettel, que fez uma péssima largada e depois abandonou por quebra de suspensão, a Mercedes fez o que quis. Hamilton, também. Só precisava de quatro pontos. Sem muito esforço, liderou – quase venceu – chegou em 2º (não precisava) e foi o bastante para coroar uma merecida conquista.

Bottas também garantiu-se como vice: com 52 pontos em disputa, ele – que venceu pela quarta vez no ano e sétima na carreira – não poderá ser mais alcançado por Charles Leclerc.

À dupla da Ferrari, o que restará? Simples: brigar com Max Verstappen pra ver quem chega na frente um do outro. É o que vai animar o fim de um campeonato já resolvido.

O GP dos EUA, que levou um bom público ao COTA, em Austin, capital do Texas, não pareceu ter sido tão bom e animado quanto muitas das corridas que tivemos neste ano. Perdoem-me se a análise não é tão aprofundada quanto poderia: não tenho mais o serviço de gravação digital (a NET inexplicavelmente o cancelou) e além do mais durante o GP dos EUA eu me preparava para mais uma maratona de Nascar no Fox Sports 2.

Pelo resultado, dá pra destacar novamente o tailandês Alexander Albon – que fez 68 de seus 84 pontos no campeonato como piloto Red Bull, superando enfim Carlos Sainz Jr. e Pierre Gasly pelo troféu simbólico de ‘melhor do resto’;

A 6ª colocação de Daniel Ricciardo, que pelo menos é um lutador a bordo dos inconstantes carros da Renault; e mais uma vez a McLaren sólida nos pontos, com Lando Norris como destaque absoluto em todo o final de semana, superando Sainz pela segunda vez em que os dois pilotos do tradicional time britânico pontuaram juntos.

Ainda sobrou espaço para mais um #mimimi de Daniil Kvyat contra a FIA mas… sinceramente?

Pra que falar disso, se temos King Lewis VI em busca do trono de maior piloto da história da Fórmula 1?