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Fórmula 1

“Oto patamá”

RIO DE JANEIRO – Parafraseando Bruno Henrique, atacante do Grêmio de Regatas da Gávea, a Mercedes se encontra em “oto patamá” na Fórmula 1. O treino classificatório para o grid de largada do GP da Hungria só escancarou o abismo. Em condições normais, os carros agora escuros são muito superiores aos demais. O que Lewis […]

Eles que lutem: é Mercedes sobrando na turma e o resto, que corra atrás na Fórmula 1

RIO DE JANEIRO – Parafraseando Bruno Henrique, atacante do Grêmio de Regatas da Gávea, a Mercedes se encontra em “oto patamá” na Fórmula 1. O treino classificatório para o grid de largada do GP da Hungria só escancarou o abismo. Em condições normais, os carros agora escuros são muito superiores aos demais.

O que Lewis Hamilton fez para alcançar a marca redondinha de 90 pole positions da carreira e a sétima seguida no circuito do Hungaroring foi absurdo. A pista parecia piorar a cada momento no Q3, mas o britânico foi avassalador. Com a incrível marca de 1’13″443 para os 4,381 km do circuito magiar, ainda quebrou o próprio recorde do circuito, já marcado no Q3. Detalhe: ano passado a pole foi na faixa de 1’14″5.

Valtteri Bottas foi o único que ainda tentou chegar perto: ficou a um décimo do colega de equipe. E o resto? Foi mais resto do que nunca.

A Mercedes B… ops! Racing Point enfim demonstrou o potencial que parecia existir nos carros rosados. Com direito a Lance Stroll melhor que Sergio Pérez. Mas a pouco menos de um segundo da pole. A diferença é deveras abissal.

As demais foram só figuração e o treino para a corrida magiar foi pavoroso para a Red Bull, às voltas com problemas demais. Max Verstappen foi apenas sétimo e Alex Albon um distante décimo-terceiro. Os rubrotaurinos ficaram atrás até da Ferrari em ritmo de classificação no Q3!

Albon foi ainda pior: levou pau desse excepcional talento chamado George Russell. Uma pena que a Mercedes não o coloque na turma de cima com medo de que o menino campeão da Fórmula 2 em 2018 seja uma pedra no sapato de Lewis Hamilton.

A Williams é um dos meus destaques também deste fim de semana. Os dois pilotos foram ao Q2, o que não acontecia à tradicional equipe com sede em Grove desde o GP da Itália de 2018, com Stroll e Sirotkin.

Torço muito para que a equipe do velho Frank tenha uma sorte melhor em 2020. Tradição ela tem de sobra, não comprou na esquina. E pelo menos Russell mostra vontade – até que Latifi, hoje, me surpreendeu de forma positiva.

Não posso dizer o mesmo de Kvyat, da dupla da Haas e da Alfa Romeo. Mereceram estar onde estão. Lamento Kimi se arrastando no fim do pelotão, num inglório encerramento de carreira. E ele não parece muito disposto a fazer melhor.

De fato, a marca do Quadrifoglio e o time dirigido por Gene Haas estão devendo nesse início de campeonato e nada faz crer que o panorama em ambas as equipes melhore o suficiente. É por essa brecha que a Williams tem de se enfiar para terminar à frente dessas rivais e garantir uma subsistência melhor na receita do bolo financeiro da Fórmula 1.