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Automobilismo Internacional

Fox Nitro: bandeira quadriculada

RIO DE JANEIRO (Triste…) – Esperei o Flavinho se manifestar, afinal de contas em 28 de março de 2016, quando a atração entrou no ar, ele era o apresentador e lá estavam, junto a ele o Thiago Alves e o Felipe Motta. Eu fui integrado aos poucos ao Fox Nitro e o mestre Edgard Mello […]

RIO DE JANEIRO (Triste…) – Esperei o Flavinho se manifestar, afinal de contas em 28 de março de 2016, quando a atração entrou no ar, ele era o apresentador e lá estavam, junto a ele o Thiago Alves e o Felipe Motta. Eu fui integrado aos poucos ao Fox Nitro e o mestre Edgard Mello Filho, também.

Mas já teve comentário ‘off-topic’ aqui, não é novidade pra mais ninguém e então não tenho mais o que esconder: acabou segunda-feira o Fox Nitro. Já sabíamos do cancelamento do programa, do qual fomos informados duas semanas atrás. Chorei muito, copiosamente, como há muito tempo não chorava, no dia do anúncio do cancelamento e mais ainda no dia seguinte. Pra mim, foi como se arrancassem de mim um pedaço, comigo vivo, e jogassem às feras.

Porque eu e todos os colegas primeiro de estúdio e depois de home office, nesse período de Pandemia, nos doamos, dedicamos, empenhamos e tentamos fazer sempre o melhor dentro de todas as limitações impostas e existentes. Paciência… sempre há pequenas falhas e elas acontecem. Ninguém é perfeito. Mas era um dos únicos programas de um esporte tão de nicho quanto o motorizado, que permaneciam de pé na televisão brasileira.

O problema de ter sido extinto antes do ano motorizado terminar não foi falta de audiência. Muito embora estando no Fox Sports 2, e em bom horário – 20h – depois de tantas mudanças, reclamações e idas e vindas na grade, porque o programa realmente era exibido num horário não muito favorável – tenho que concordar, mas a responsabilidade jamais foi nossa – nunca deu traço. Mas os índices não eram tão bons quanto no Fox Sports 1.

Infelizmente, como disse o FG, fomos vítimas da fusão que vem sendo implementada via Argentina pelo Grupo Disney. Veio de lá a decisão sem muitas explicações, comunicada para todos nós do Nitro pela direção executiva (igualmente extinta) do Fox Sports, via Márcio Moron, a quem sou muito grato por ter aceitado a sugestão do companheiro de redação Rogério Micheletti para que eu assumisse inclusive a parte editorial do programa.

Fiz espelho, pauta, produção, edição, coordenação, participei como debatedor. E com orgulho imenso do meu trabalho. Acredito que nós todos, que estivemos no Nitro um dia – Flavinho, Motta, Thiago, Edgard, eu, Hamilton Rodrigues, Teo José e Renan do Couto, junto a todos os convidados, nacionais e internacionais – nosso último, dia 23, inclusive, foi o argentino Matías Rossi – temos orgulho do que fizemos em quatro anos, oito meses e dois dias.

Ciclos existem e um dia acabam. O do Nitro chegou ao fim.

Paciência.

O nicho do automobilismo na TV fechada fica, a cada dia, mais empobrecido.